Fotos: Geraldo Magela/Senado
Essa lama toda que Lula da Silva, de forma comovente, tenta limpar com o papel borrado da "biografia" de Sarney - uma "pessoa não comum" serve, na realidade, para a canalhada-mor usar como pista de recreio, tipo assim aqueles divertidos tobogans dos circos e parques de diversão que dominaram por bom tempo as velhas tardes de domingo no país inteiro.
É, desde ontem, o palco iluminado que serve para figuras impolutas e carcomidas como Fernando Collor e Renan Calheiros, dependurarem sua traparia qual bandeiras desfraldadas para, à guisa de defenderem Zé Sarney - no rosto de quem já quiseram cuspir - desabafarem suas dores, suas mágoas, derramarem suas lágrimas de crocodilo na tentativa de limparem seus passados vergonhosos e ultrajantes. Serve também como coxia para tipos da pior envergadura, desvotados, intoleráveis e intolerantes que vivem nos bastidores, dentro da caixa teatral, mas fora de cena - como cabe aos coadjuvantes. Patifes que, sem doçura nenhuma, salgados até demais, chegaram ao Senado comprando a cadeira de suplentes e adonando-se dos holofotes eventuais que se acendem em tristes momentos como esse amargo regresso à Casa do Polvo.
São todos atores da mesma peça em dois atos. Uma tragicômica encenação de gatos do mesmo saco que empobrecem e levam à mais profunda miséria moral o cenário político brasileiro. O primeiro ato é trágico; o segundo é uma palhaçada.
É, desde ontem, o palco iluminado que serve para figuras impolutas e carcomidas como Fernando Collor e Renan Calheiros, dependurarem sua traparia qual bandeiras desfraldadas para, à guisa de defenderem Zé Sarney - no rosto de quem já quiseram cuspir - desabafarem suas dores, suas mágoas, derramarem suas lágrimas de crocodilo na tentativa de limparem seus passados vergonhosos e ultrajantes. Serve também como coxia para tipos da pior envergadura, desvotados, intoleráveis e intolerantes que vivem nos bastidores, dentro da caixa teatral, mas fora de cena - como cabe aos coadjuvantes. Patifes que, sem doçura nenhuma, salgados até demais, chegaram ao Senado comprando a cadeira de suplentes e adonando-se dos holofotes eventuais que se acendem em tristes momentos como esse amargo regresso à Casa do Polvo.
São todos atores da mesma peça em dois atos. Uma tragicômica encenação de gatos do mesmo saco que empobrecem e levam à mais profunda miséria moral o cenário político brasileiro. O primeiro ato é trágico; o segundo é uma palhaçada.
RODAPÉ - Esse dramalhão todo é apenas um breve ensaio para o melhor desempenho de todos: quarta-feira é o dia da verdadeira estréia do grande espetáculo. Vai entrar em cena o contra-regra Paulo Duque. Intepretando o papel de Rainha da Inglaterra e, nessa terra em transe, vai misturar Shakspeare com Glauber Rocha e trocará seu reino por um cavalo: queimará todos os scripts que pedem a cabeça de Sarney - o vilão intocável. E Zé Sarney, com pompa e circunstância, continuará sendo já não só o presidente da Casa do Polvo, mas também o melhor cabo-eleitoral do poste preferido de Lula da Silva. Um final bem à brasileira, pra ninguém botar defeito.(Foto: Senado)