O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

3 de mar. de 2012

TELEFONE E INTERNET
Para continuar o swing na Esplanada dos Ministérios, Dilma fez uma visitinha de médico ao seu guru para assuntos de herança maldita. Em compensação, o garçom Luiz Sérgio ficou sabendo por telefone que já não era mais ministro também da Pesca. E Michel Temer, o vice que hoje vira presidente da República pelo passeio de Dilma a Alemanha, só descobriu que Marcelo Crivella assumira a pastoral dos peixes porque deu uma navegada na internet. É Dilma incorporando o jeito Lula de fazer as coisas. No primeiro ano dos seus oito de governo, Lula pegou o telefone e deixou Cristovam Buarque sem Educação.

COMICHÃO DE VERDADE
Embaixo de ordens e contraordens, os quartéis estão inquietos. Essa coisa de mandar os militares calarem a boca está pegando mal na caserna e nos cômodos em que generais e coronéis andam de pijama. A turma da Maria do Rosário - que ainda não disse a que veio como ministra - está virando comichão de verdade. Amorim já está com coceira.

KIT ABORTO
Não vai ser botando minhoca em anzol que Marcelo Crivella vai desestressar a bancada evangélica. Eles querem abortar Eleonora Menicucci e reeducar Fernando Hahahaddad, o Pai do kit gay.

DIRETORES DE PIJAMA
Dilma tem como certa a sua vitória nessa quebra-de-braço com os militares descontentes, porque já fez as contas: tem mais militares como diretores da Petrobras e estatais de somenos importância do que generais de pijama.

A COPA DAS ELITES
Jeróme Valcker, secretário da Fifa, deu uma geral por aqui e saiu ironizando: "Acho que a prioridade do Brasil é ganhar o Mundial. Não creio que seja organizar o Mundial". E deve ser mesmo "só ganhar o Mundial", porque não há nem mesmo a mínima preocupação de fazer da Copa um evento popular. O ingresso mais barato, nos piores lugares dos estádios, custará o equivalente à prestação mensal de uma moradia do Minha Casa, Minha Vida. Copa do Mundo virou coisa das elites que Lula sempre fingiu que não admirava.

Política de coalizão leva Dilma às lágrimasCHORAMOS NÓS - O capitão Virgulino era assim. Mandava matar e depois ia chorar no velório. Dilma chorou no adeus ao garçom Luiz Sérgio que esteve mais de ano pendurado em dois ministérios e não fez nada o tempo todo. Lágrimas que, decerto, sobraram de sua recente visita à ilha de Cuba, a Cocodrillo Verde do Caribe. Pior do que o choro de Dilma, foi a defesa da política de coalizão, o pior mal que pode a/cometer o governo de um país. A indicação de Marcelo Crivella com pastor da Pasta dos Peixes é o exemplo mais vivo nesse nosso vale de lágrimas: mesmo sabendo que não é a sua praia, foi pescar só para desestressar os evangélicos que estão engasgados com a cartilha do kit gay de Hahahaddad e os abortos de Menicucci.

OS SUJOS E OS LIMPOS
O jogo foi duro, mas o TSE decidiu que vai barrar candidato com conta rejeitada já nessas eleições de 2012. A decisão foi tomada pelos ministros do Tribunal Superior Eleitoral, que definiu, por 4 votos a 3, que não concederá registro aos postulantes a cargos públicos que tiveram as contas rejeitadas. Não é nada, não é nada, há mais de 21 mil candidatos que tiveram contas reprovadas. Os que sobram são bem mais numerosos. E, como se vê, bem mais cuidadosos. Não deixam o rabo preso.

AO PÉ DO OUVIDO
De péssimo prefeito de São Paulo a guru político de todas as ideologias mais vantajosas, Gilberto Kassab vaticina que Zé Serra apoiaria Dilma contra Aécio Neves, em 2014. Para Kassab, O Itinerante, a melhor coisa para Dilma seria ter Zé Serra como sucessor na gestão da cidade. O rancor de Serra seria malígno para o tucano mineiro que não emplaca como líder nacional. O pensamento de Kassab foi absorvido pelo presidente nacional do PT, Rui Falcão, numa dessas conversas de pé de ouvido que, à miúde, acontecem no mundo da politicália.