O senador Demóstenes Torres, democrata de Goiás, deve subir ao cadafalso do Senado esta semana para se colocar no lugar de tantos ministros que ajudou a derrubar com suas denúncias. Ele precisa explicar, tintim por tintim - como ele gosta - as suas relações com o banqueiro do jogo do bicho Carlinhos Cachoeira.
Em cana desde a semana passada, o público e notório contraventor - um dos estopins da bomba que detonou o escândalo do Mensalão - estava com seus telefonemas monitorados pela Polícia Federal, sob autorização da Justiça.
Foram interceptadas nada menos de 298 conversas entre Demóstenes, o último bastião da integridade física e moral da política nacional e o seu amigo Cachoeira entre fevereiro e agosto de 2011.Isso já é perseguição, pô. Será que os federais não enxergam que esses 298 telefonemas foram todos engano?!? Até parece que não conhecem a qualidade dos serviços dessas empresas telefônicas que andam por aí...
Até o presidente nacional do DEM, senador José Agripino Maia, lá do Rio Grande Norte, declarou total apoio a Demóstenes. Só a Polícia Federal a Justiça e o PT e seus fiéis é que conseguem ver nisso aí uma estranha coincidência. Assim já é demais. Pura perseguição.
Mas, se Dem´postenes conta com a solidariedade de Agripino, o mesmo ainda não pode dizer do presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra, de Pernambuco: ele espera o discurso para se pronunciar.
Enquanto isso, o PT faz o que há muito tempo não vinha conseguindo fazer a não ser contra ele mesmo e seus coligados de todas as instâncias e circunstâncias: aproveitou para dar o troco à oposição das denúncias que levaram às demissões de ministros desde que a presidenta Dilma assumiu.
O líder do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto, do tonitruante estado de São Paulo acaba de chegar às raias de cobrar uma CPI sobre o assunto. Até que enfim, o PT tem chance de emplacar na segunda maior casa de tolerância política do país, uma CPI que não seja instalada para termina em pizza.
