O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

31 de mar. de 2012

O Zé do DEM

Nessa República dos Calamares, eivada de Zés, o DEM também tem o seu Zé - nome próprio preferido pelas hostes governistas.

Agora é a vez de Zé - mas este não é da Silva - é o Zé Agripino Maia. Ele é o presidente nacional do Democratas. É o cara que quer a cabeça de DEMóstenes; que ficou em seu lugar como líder do partido que preside.

Pois agora, o Ministério Público do Rio Grande do Norte - terra do ínclito senador - acaba de enviar à Procuradoria-Geral da República pedido para investigar o presidente do moralismo no Brasil político.  O documento aponta Zé Agripino como beneficiário de pagamentos feitos pela máfia da inspeção veicular em seu Estado.

A coisa ficou feia para o lado de Zé Agripino, porque o empresário Zé Gilmar de Carvalho Lopes, preso na Operação Sinal Fechado, deu com a língua nos dentes e relatou por escrito e tudo mais um suposto repasse de R$ 1 milhão ao parlamentar e também, como oportuna extensão, a Carlos Augusto Rosado, marido da governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini que, por notável coincidência é do DEM. Carvalho Lopes é sócio oculto do advogado George Olímpio, tido e havido como mentor das fraudes na inspeção veicular e outros projetos do Detran-RN. Olímpio teria contado a Lopes ter feito pagamentos a Agripino e Rosado, primeiro-damo do governo potiguar.

A propinaça teria sido repassada em dinheiro, parcelado, na campanha de 2010. O dedo duro de Carvalho Lopes apontou para os federais que a transa toda se deu no sótão do apartamento do senador em Natal.

Zé Agripino - surpreeesa! - nega ter recebido a gorjeta. O presidente do DEM diz que o alcaguete esteve no seu cafofo, interessado em implementar o contrato de inspeção veicular no governo de Rosalba. Então surgiu no meio da história o advogado de Carvalho Lopes, Zé Luiz Carlos de Lima, que desmentiu o depoimento do próprio cliente. Zé Lima disse que Lopes estava sob efeito de medicamentos - quer dizer, piradão - quando fez as tais acusações contra Zé Agripino.

O imbroglio está nas mãos da Procuradoria Geral da República. O órgão vai decidir agora se há elementos para pedir investigação ao Supremo Tribunal Federal contra o senador Zé do DEM.

Tudo isso passou a acontecer, por acaso, desde o momento em que FHC fez a cura milagrosa de Lula que recebeu alta imediata do Sírio-Libanês, o SUS das Elites e veio a furo a campanha "Volta, Lula!".

VOLTA, DILMA!
É isso aí, Volta Dilma! Volta logo da Índia porque do contrário "Volta Lula".

MORAL TARDIA
Esses pruridos éticos e moralistas do DEM estão contaminados pela tardança. Sabiam muito bem, o tempo todo, com quem estavam falando. E convivendo. Ou então, podem pedir pra sair junto com DEMóstenes Fones, pela sua absoluta ingenuidade e profunda alienação - defeitos fatais num ninho de cobras criadas como o Congresso Nacional.
NÃO SERVE
DEM vai pedir para DEMóstenes Fones deixar o partido. Quer dizer, DEMóstenes não serve para o Democratas. Bolas, se não serve para o DEM, serve muito menos para o País. O DEM tem mais do que pedir, exigir que DEMóstenes deixe o Senado. Do contrário, o amigo do bicheiro vai continuar senador como Renan Calheiros, o fazendeiro do gado-fantasma, é senador até hoje.

MISTURA INDIGESTA
Estive almoçando esta semana com Henrique Feijó e Behrensdorf no Carpe Diem. Caiu a ficha de uma vez por todas: olhando ao redor, percebia-se que, como nunca antes nesse país, o restaurante estava cheio de jornalistas e políticos acomodados lado a lado e frente a frente nas mesmas mesas. Essa mistura é indigesta. Fatal para o noticiário.
TERRA, MAR E AR
Que há mais de nove anos a corrupção corre frouxa pelo chão do Brasil, todo mundo está careca (Epa!) de saber.

Agora, no entanto, já se sabe - pelos enroscos de Ideli Salvatti - em que águas turvas estão paradas as embarcações compradas pela Secretaria da Pesca e como voam alto os empenhos do governo Dilma para comprar os caças Rafale que Lula prometeu comprar de Sarkozy e que nem a Índia quer saber.

O câncer da corrupção tomou conta do organismo público brasileiro. Os sinais metastáticos se espalham por terra, mar e ar. É de arrepiar os cabelos. De quem não é careca.