A pensão por morte da esposa de Luiz I. Brasil da Silva, um operário brasileiro, ficou para o filho deles que, por demora no parto nasceu com deficiência intelectual e algumas dificuldades motoras: um honorável salário mínimo, de exatos e dadivosos R$ 545 a partir desse 1° dia de março de 2011 - um ano para jamais ser esquecido.
Hoje, Luiz Inácio Lula da Silva, xará do pai da criança e Pai dos Pobres, inaugura seu circuito de palestras motivacionais, com um cachê de R$ 200 mil pagos pela LG, uma empresa lá da Coréia - país que visitou às custas do suor de milhões de luízes pais de deficientes, quando era presideus republicano.
Faça aí as contas. Nem leve em conta que o trololó de Lula vai ser de apenas 40 minutos. Divida R$ 200 mil por R$ 545 e saiba quantos salários mínimos cabem dentro do cachê desse metalúrgico-sindicalista-político-presideus aposentado. Pronto, são apenas 350 salários.
Continue dividindo, só por maldita curiosidade, 350 salários por 12 mêses que equivalem a um ano. Taí ó, nada menos nem mais do que 35 anos de uma labuta filha da mãe.
Louve-se a Deus e ao presideus, Pai dos Pobres, hoje sentado à mão direita do lado mais forte das elites, que merece isso e muito mais por tudo quanto diz que fez pelo Brasil e por seus trabalhadores.
Sinta o drama, no entanto, de informar que o Luiz I. Brasil da Silva, pobre, pobre, pobre de marré deci, não vai viver o suficiente para ver seu filho empatar com Lula, o ídolo das multidões.
É que ninguém que não foi vagabundo nesse país, se aposentou com menos de 50 anos. Hoje o xará de Lula, o Cara Orador, tem 70 anos. Não vai viver o bastante para viver esse empate. Muito menos se, amanhã ou depois, Lula fizer a segunda, a terceira, a quarta palestra. Aí, nem Matusalém teria futuro.
RODAPÉ - Não importa que FHC cobre R$ 150 mil por nhenhehém. Ele é, como diz Lula, "das elites". Não importa que Lula vá falar e ganhar em apenas 40 minutos o que um operário brasileiro ganharia se conseguisse trabalhar 35 anos. O que importa é que, quem trabalha nesse país, tem salário mínimo de R$ 545. Isso não é desigualdade; é injustiça social.
Outra coisa: sorte do filho de Luiz I. Brasil da Silva que sua pensão é só de R$ 545. Se ganhasse um salário-minimo e meio, não teria nem aumento. Esse Brasil está precisando muito mais de egipcios do que brasileiros afilhados de Bolsa-Famiglia.