Por Carlos Eduardo Behrensdorf - Brasília
Com o carimbo nihil obstat do preclaro diretor deste impávido nosocômio, todas as críticas fudamentadas que forem feitas ao Congresso Nacional e seus integrantes, parlamentares eleitos pelo democrático voto popular, serão feitas nesta enfermaria, a partir de agora conhecida como Casa-da-mãe-joana.
As enciclopédias sejam elas convencionais no sempre cheiroso papel ou internéticas, rapidissimas e sem cheiro algum dizem a mesma coisa apenas trocando de lugar alguns trechos. Assim sendo, vamos ao que nos parece mais confiável:
“Casa-da-mãe-joana é uma expressão de língua portuguesa que significa o lugar ou situação onde vale tudo, sem ordem, onde predomina a confusão, a balburdia e a desorganização. Sua origem remonta ao século XIV.
Reprodução/ Câmara Cascudo
Ensina Câmara Cascudo que a expressão se deve a Joana I de Nápoles, que viveu na Idade Média entre 1326 e 1382 e foi rainha de Nápoles e condessa de Provença.
Teve uma vida atribulada e em 1346 passou a residir em Avignon, na França, segundo alguns autores por ter se envolvido em uma conspiração em Nápoles de que resultou a morte de seu marido André”.
Diziam as más linguas que a Santa Madre Igreja exilou Joana “... por causa de sua vida desregrada e permissiva”. Ao que tudo indica, Joana era da pá virada e chegada a uma balada ou sei lá que nome teria a curtição não formal da época.
Continuando: Em 1347, aos 21 anos, Joana regulamentou os bordéis da cidade onde vivia refugiada. Uma das normas dizia: "O lugar terá uma porta por onde todos possam entrar."
Transposta para Portugal, a expressão paço-da-mãe-joana virou sinônimo de prostíbulo. Trazida para o Brasil, o termo paço, foi substituído por casa. Assim ficou sacramentado o significado da Casa-da-mãe-Joana e serviu, por extensão, para indicar o lugar ou situação em que cada um faz o que quer, onde imperam a desordem, a desorganização. Uma variante da chula expressão é Cu-da-mãe-Joana.
O olho-da-mãe-Joana
Como sabeis, palavrão também é cultura.Para inaugurar este espaço, veja só o que a imprensa brasileira estampou nesta quarta-feira, tendo como fonte o jornal O Estado de S.Paulo:
Fornecedora de mão de obra contratada pelo Senado Federal, a Plansul Planejamento e Consultoria transformou uma área do Congresso Nacional em "puxadinho" da empresa em Brasília.
A Plansul ocupa de graça uma área de 23 metros quadrados, dentro do Senado, para negócios próprios. Lá deveria funcionar um posto de serviço para atender os terceirizados.
Para quem não sabe, informo: a Plansul gerencia três contratos com o Senado, R$ 35 milhões ao ano, mais os que mantêm com órgãos como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Câmara dos Deputados.
Assim sendo, somando A + B, chegamos à conclusão seguinte: Avignon = Brasília e Casa da Mãe Joana têm na América do Sul, no Planalto Central, sua nova localização. Certo biscoito?
RODAPÉ - Olhaquí ó, "impávido noscômio" pode... "Colosso", não?!? Otra cosita mas: desde quando cu-da-mãe-Joana é coisa chula? É como mostrava rindo aquele gringo, e todos pensavam que ele estava pedindo socorro para a mãe da namorada que caiu de pernas pro ar:- A-cu-da, mamãe! A-cu-da mamãe!! E ninguém acudiu.