Portadores de voz da primeira-presidenta da República dizem que o desastre no Japão deixou Dilma preocupada com as usinas nucleares do Brasil.
Pois não era pra estar! Afinal, Lula teve oito anos para cuidar disso, ela mesma foi ministra das Minas e Energia, ratificou Edison Lobão como titular da Pasta que já foi sua, nomeou Aloízio Mercadante para a Ciência e Tecnologia, tem equipe competenta e atenta de Defesa Civil à espera de catástrofes e já vai para o terceiro mês de governo.
A preocupação de Dilma com as nossas usinas nucleares só pode ser então porque se trata de uma herança maldita do governo anterior. Mas isso a presidenta não diz que reconhece, nem manda dizer.
O Japão e o Haiti são Aqui
Pois então, Angra dos Reis - justo onde há usina nuclear - ainda espera sentada o afago da mão firme, bondosa e diligenta da presidenta para devolver a alegria de viver que a natureza roubou daquela região no ano passado. A tragédia de Angra já teve missa de 7° Dia. Está morta e sepultada.
Foto enviada por Elmar Hadler: mapa de São Lourenço do Sul. A área vermelha "praticamente acabou" com a revolta da Lagoa dos Patos.
Hoje, no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, cidades e vidas estão deslizando embaixo de escombros e abaixo de mau tempo, porque o auxílio humanimonetário que foi dispensado a países amigos, irmãos e líderes bons e batutas não chegam nunca para quem é de casa.
Agora, dois meses depois de ser estraçalhada pela hecatombe promovida pela natureza, a região serrana do Rio continua como uma zona fantasma, anda como zumbi, sem rumo; em muitos e incontáveis pontos sem água, luz, esgotos, sem comércio, sem bares, farmácias, restaurantes, sem turismo, sem dinheiro e sem a devida atenção. Isso é compreensível, já que os governos de todos os tamanhos e feitios estavam apagando incêndio às margens da Sapucaí e preocupados com o desfile da Beija-Flor.
A presidenta Dilma tem razões de sobra para estar preocupada. Ela já sabe o que herda de Lula: o Haiti e o Japão são aqui.