O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

11 de mar. de 2011

Eu, Você, Pelé e Neymar...

Você viu o Pelé jogar? Quantas vezes você estava no estádio vendo o Pelé em campo? Ah, bom. Então você é como eu, um fã virtual e incondicional do Rei do Futebol.

Conhece toda a fantástica e inimitável trajetória do Atleta do Século 20. Sabe que um jogador para ser maior que Pelé, no mínimo, precisa interromper uma guerra na África, fazer mais de 1.000 gols, ser tricampeão do mundo e, de quebra, ser o cidadão Edson Arantes do Nascimento.

Já quanto ao seu futebol fantástico  - se, como eu, você não for paulista e tiver a sorte de ter mesma idade dele, ou pelo menos ser da sua geração - você deve ter visto o Pelé jogar em uma ou duas raras ocasiões em que o Santos foi a sua cidade disputar um amistoso ou coisa parecida.

De resto, eu e você conhecemos a bola que ele jogava por narrações de rádio, por filmes do Canal-100 de Jean Manzon e DVDs editados. Uma pena, para mim e para você, pois Pelé sim era o Cara.

Quando, há quase 40 anos, o inigualável Pelé pendurou as chuteiras, a televisão ainda engatinhava no Brasil. Você não tinha essa overdose de Neymar que hoje você recebe em sua sala, comendo pipoca e amendoim com uma boa cervejinha do lado. Hoje, você pode dizer, sem medo de errar, que é inoculado por doses diárias e gigantescas de Neymar. Com direito ao vício do replay.

Você vê o Neymar jogar, treinar, comer, dormir, namorar, dar autógrafos, brincar carnaval... Você pode dizer que conhece, de verdade, o futebol de Neymar. Só não pode dizer que ele não joga a bola que você nunca viu o Pelé jogar.

Como jogador de futebol, Neymar me basta. Torço para que sua carreira futebolística seja mais longa até que a do Pelé, já que não se pode voltar no tempo. Quanto à história de Neymar, ele ainda terá que fazer parar por 90 minutos uma guerra no mundo árabe, fazer mil gols e ser tricampeão mundial...

RODAPÉ - Hoje, as comunicação área e terrestre, nos permitem viajar de uma hora pra outra, de um canto para outro do Brasil e do planeta, assim como quem liga a TV da sala. No tempo em que o Pelé jogava, a grande novidade era Mário Andreazza que redesenhou o mapa rodoviário do Brasil. Avião era coisa pra rico, para políticos moles, ou para rígidos membros dos governos que, como sempre nesse país, voavam como voam hoje, às custas das burras públicas.