Ainda que severamente instruídos pela primeira-presidenta Dilma para não andarem à cata dos holofotes da mídia, alguns ministros andam batendo cabeça com o próprio governo e suas bases coalizadas. Só neste espaço da quarta-feira de cinzas para esta morna quinta-feira, duas batidas retumbaram às portas dao Palácio:
01. Helena, filha do jornalista Carlos Chagas, ministra das comunicações que mandou Franklin Martins passear, baixou a lenha em Lula e Zé Sarney. Foi pelo twitter. O mínimo que disse deles foi que ambos pertencem a "uma raça devoradora". Nada que ela e as torcidas do Corinthians e do Flamengo reunidas já não soubessem. De qualquer maneira, pegou mal. Ela já começou a se desculpar. Vai alegar - quem sabe - que são "devoradores" porque Lula é um fruto do mar e Sarney um marimbondo de fogo. Helena está na marca do penalti. Mais uma tuítada dessas e será devorada.
02. Já em documento, o Exército se insurge em forma de mensagem e critica a criação da Comissão da Verdade. De ameno mesmo, o recado diz que comissões desse tipo "costumam ser criadas em um contexto de transição política, o que não é o caso". E ainda alerta no documento enviado ao Ministério da Defesa que já se passaram quase 30 anos do fim do regime e que muitos envolvidos naquele período já morreram: "Testemunhas, documentos e provas praticamente perderam-se no tempo, é improvável chegar-se realmente à verdade dos fatos". É a segunda martelada nos dedos da secretária com status de ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário. Procurada pela mídia, ela disse que não comentaria o documento, cuja existência - ela garante - só conheceu por meio da imprensa.