Requentando a massa em Pindorama
Por Carlos Eduardo Behrensdorf - Brasília
Como dizem os cronistas maiores de tradicionais meios de comunicação de massa, a performance do presidente norte-americano Barack Obama no Brasil cumpriu a risca o script traçado em Washington. A ordem para mandar bala na Líbia foi rotina administrativa.
O discurso feito no palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro foi o suficiente para alegrar o sensível povo da Terra de Pindorama. Pensando bem, quem é que resiste ser saudado em português por um poderoso sobrinho do Tio Sam?
"Alô, cidade maravilhosa!" foi a senha para começarem os aplausos. As palmas recrudesceram quando Obama, sem gravata e sem documento, falou em futebol, Jorge Benjor e Paulo Coelho.
Só faltou o pedido de bis e o retorno agradecido do orador. Mas, isto seria pedir demais.
Enquanto dentro do Theatro tudo era enlevo e confraternização, do lado do lado de fora o microfone aberto da Globo News, se não me enganei de canal, captava um sonoro e repetitivo grito de guerra: “Um, dois, três, quatro, cinco mil, queremos que Obama vá pra PQP”.
Como pano de fundo, bandeiras vermelhas agitadas de algumas siglas que ainda carregam a foice e o martelo. Como costumeiramente ocorre nestas manifestações, um jovem agitava uma bandeira de Cuba.
Os resultados da visita de Obama ao Brasil e o encontro com a presidente Dilma Rousseff dividem opiniões: os pessimistas dizem que tudo não passou de um espetáculo e os otimistas entendem que o Brasil é tratado como um país que deixou de ser do futuro porque já é presente.
O resto deverá seguir o velho e conhecido refrão: ” business is business”.
Mas esta é outra história. (Carlos Eduardo Behrensdorf – Brasília)