O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

24 de mar. de 2011

Fica logo ali...

Toda classe trabalhadora, numa república calamar tem um Calabar. Em 2009, às expensas das burras públicas, Franklin Martins comandou, em obediência a Lula, o Confecom - Conselho Federal de Comunicações. Era o embrião do controle social da mídia, monstrengo hoje cognominado marco regulatório, pronto para engolir jornalistas e seus meios de levar a vida.

A promessa feita em brados retumbantes no discurso de posse da primeira-mulher-presidenta de que mais vale o clamor das ruas do que o silêncio das ditaduras, ou coisa mais ou menos assim, está apenas no purgatório das almas governamentais.

Paulo Renato, o ministro das comunicações de Dilma, jogou na cesta de lixo a proposta mal-enjambrada que, em desencanto, Franklin deixou displiscentemente para o governo que o desencarnou, antes mesmo que Lula chegasse aos últimos dias de governo. Mas isso quer dizer muito pouco, ou nada.

Se não houver cerceamento explícito da liberdade de expressão, o controle das comunicações estará rolando na surdina, sem os alardes, nem as gabolices do governo anterior.

A herança bendita de Lula está sendo realizada de forma paulatina e silente: o controle é feito pelo patrocínio oficial bem distribuído pelas redes de TV do País. Ou pela intermediação sigilosa de negócios de compra e venda de emissoras e redes televisivas que caem das mãos de opositores no colo de companheiros bons e batutas. Depois é só pautar as programações e pronto, tá tudo dominado. Assim acontece com jornais e revistas. De repente, são todos veículos filhos da pauta.

Quanto ao rádio, tudo é muito mais fácil. Basta usar a rampa do Palácio do Planalto como plataforma incial do deslizamento de milhares e milhares de autorizações de funcionamento para rádios comunitárias para que o mapa da mídia eletrônica do Brasil esteja coberto de sons e vozes sem dissonância com o governo que lhes deu vida útil, mas não inocente.

Eia, pois que não teremos choro nem vela, nesse vale de lágrimas, pela supressão da liberdade de expressão. Jornais, revistas, redes de TV e de emissoras de rádio em Ondas Média e Curtas ou em Frequencia Modulada seguirão dizendo e fazendo o que suas linhas editoriais determinam. Desde que sigam a pauta estabelecida pela chefia de redação do governo.

O marco regulatório fica logo ali.