O REGIME DE DIRCEU
Zé Dirceu é, na Papuda, a versão daquele Chaves na TV Mexicana. Por videoconferência, na semana passada, Dirceu negou ao juiz titular da Vara de Execuções Penais do DF que tivesse usado telefone celular nas dependências do presídio para falar com o secretário da Indústria, Comércio e Mineração do estado da Bahia, James Correia. Foi duro, como sempre, mas sem perder a ternura: "Não falei ao celular e juro que não vou falar de novo".
Agora, a reportagem central da revista Veja desta semana mostra que o ex-ministro da Casa Civil recebe tratamento diferenciado em relação aos demais presos do complexo da Papuda.
Pela revista o chefe dos mensaleiro estaria recebendo visitas até de um podólogo, por causa de uma incomodativa unha encravada. Coitado, a gente sabe o quanto dói a dor de uma unha rebelde. É pior que dor de dente em índio, lá no meio do mato. Dirceu teria também um cardápio diferente do menu dos demais apenados e gozaria também de um horário especial de visitas.
Curtindo assim um folgado regime semiaberto, Dirceu tem direito a circular pelas dependências da Papuda durante o dia e a obrigação de se recolher à cela à noite. Isso, enquanto está sob avaliação um pedido de trabalho que o autorize a deixar o presídio durante o dia.
A Secretaria de Segurança do governo Argh!nelo Queiroz nega, peremptoriamente, que o ex-ministro receba privilégios. Esta Secretaria de Argh!nelo é a mesma que não deveria ignorar, nem fazer cara de paisagem para os dois roubos de carro que acontecem por dia no Distrito Federal. Em todo caso, parece que nas balbúrdias que envolvem Zé Dirceu, ela é lépida e faceira.