O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

1 de jun. de 2012

Lula demite Dilma da campanha pela reeleição em 2014

Lula diz que pode se candidatar à Presidência
Foto: Div

Três relevantes e nobilíssimas razões levaram Lula a conceder sua primeira entrevista televisiva pós-luta contra o câncer na garganta ao programa do Ratinho: 1) dívida de gratidão da TV do Sílvio Santos; 2) alavanca para a campanha do comediante Fernando Hahahaddad, empacado nos 3% de preferência paulistana; 3) lançamento oficial da campanha "Volta, Lula!".

Afora isto, nada de novo no front. Lula disse apenas que se Dilma não quiser se candidatar em 2014, ele se apresenta e não deixa "um tucano governar o Brasil".

E também não é novidade nenhuma o seu anúncio de candidatura. Lula somente não resistiu aos cutucões do seu enorme Ego e resolveu dizer aos 8% de audiência do programa - coisa de 450 mil espectadores - que estava demitindo Dilma da sua pretensão de ser represidenta do Brasil, em 2014.

Aproveitou o espaço reconhecidamente populista e num escandaloso arremedo de jornalismo de bancada - onde e quando alguém faz que pergunta e o outro faz que não sabia o que seria perguntado - para ver se enfia o pé no traseiro de seu afilhado e embala sua caminhada rumo à Prefeitura de São Paulo. 

Um espetáculo triste de flagrante liberalidade de pensamento e expressão, protagonizado com maestria por uma dupla que não quer nem saber se o pato é macho, o que quer é comer ovo.

Nunca antes na história desse país um convalescente do Sírio Libanês, o SUS das Elites, teve um efeito colateral tão grande quanto este que acometeu Lula depois da maratona de quimio e radioterapia. Trataram de sua garganta, mas não mexeram na cabeça, um reservatório cada vez mais cheio de pretensão e mais seco de água benta.