UMA RARIDADE NA DEMOCRACIA
DO BRASIL DA SILVA
O prazo para registro de candidaturas terminou. Mas, desistência pode a qualquer momento. Já está mais do que na hora do Aécio Neto de Neves sair de fininho e se juntar com Marina Morena, só para não ter segundo turno.
É o jeito mais ágil e mais fácil do PSDB pegar o papel do PMDB em todos os governos que o Brasil tem tido, desde 1964 até hoje.
Botar o PSDB na reserva e tirar de uma só vez o PT e o PMDB do governo... Isso não tem preço.
E não venham, por causa disso, me acusar de ser marineiro, simpatizante da Rede, ou fã do PSB... Não cola. Nisso, eu sou mais liso e escorregadio que qualquer filhote de polvo. Sou daqueles que acham que partidos políticos no Brasil são os piores meios que justificam os péssimos fins.
Meu voto é facultativo. Uma raridade numa democracia que obriga todo mundo votar. Não vou rasgar uma preciosidade dessas. O que eles tinham pra tirar desse país, eles já tiraram. Tiraram tanto que já não têm quase mais nada para nos devolver.
Eles só têm emprego, bolsas e dinheiro pra dar. Eu não quero nem uma coisa, nem outra e nem mais outra. Porque o fator previdenciário me deu o pior golpe social que um governo pode inventar, eu fiz voto de pobreza. Eles não têm nada que eu queira; nada que possa ser meu objeto de desejo.
Sobraram-me, nesse regime falsa-baiana, a liberdade de pensamento e de expressão que me permitem exercer a liberdade de escolha. Não vou desperdiçar essa fortuna cívica.
Não voto nesses caras que os partidos já escolheram por nós e para nós. Se eu ainda morasse na minha cidade, a pátria pequena que deixei no Sul, eu diria com o mais convincente dos sotaques e com a mais profunda convicção que "não vou queimar pólvora em ximango".