O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

18 de set. de 2014

 A PRESIDENT@ SOLITÁRIA

A passagem de Dilma no último fim de semana lá por Belo Horizonte foi apenas para jogar ao ar uma porção de pérolas notáveis.

Dentre umas que outras, querendo responder à apelação de Marina dizendo-se "sou filha de pobre, negra e evangélica", Dilma Coração Valente disse, querendo destruir qualquer ponta de desconfiança de preconceito que possa pairar sobre sua cabeça de cabelos muito bem cuidados: "Eu tenho muitos negros no segundo escalão". Ah, bom. Então tá.

Mas o que será mesmo que Dilma quis dizer com isso? Talvez que que não tem muitos no primeiro... A bem da verdade, só tem um na sua cota. E nem é um; é uma: Luíza Helena de Bairros, a ministra-chef@ da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e olhe lá.

E querendo saber um pouco mais que isso, o que será que ela quis mesmo dizer? Talvez que negros são bons para o segundo escalão e nem tanto para o primeiro. Ou que brancos, amarelos, mestiços não são lá essas coisas, mas podem muito bem completar a cota.

Será que ela quis dizer que Marina Morena está querendo demais ao tentar subir ao pódio do primeiro dentre todos os primeiros escalões?

Pensando bem, o que ela não quis dizer foi que, para funcionar com eficácia e diligência, em qualquer escalão do governo ou da pirâmide social, não interessa se o escolhido é negro ou branco; o que precisa é que seja gente gente séria, qualificada, competente.

Nesse caso, nem precisaria concurso para negros e brancos ocuparem os milhares de milhares de cargos públicos... Com uma pequena ressalva: se Dilma fosse procurar sérios, qualificados e competentes na sua chamada base aliada, ela seria a president@ mais solitária da História do Brasil e do mundo.

RODAPÉ - Com esse ranço de magnanimidade porque tem muitos negros no seu segundo escalão, Dilma Coração Valente está muito mais perto da cartilha dicotomista do PT do que do caudilho do PDT, seu ídolo Leonel Brizola, o inventor da "democracia morena".