CPI DA PETROZORRA
E a verba se fez carne; lá estava o delator de corpo presente e espírito de porco silente, por força do medo de perder as regalias da delação premiada.
Paulo Roberto Costa recorreu ao direito de ficar calado na CPI da Petrozorra.
Já era mais que esperado. Sua delação é tão premiada quando sigilosa.
Se abrisse o bico perderia direito à redução do tempo de cadeia que vai pegar. .
E agora você entende perfeitamente por que Dilma Coração Valente disse que não tinha "a menor preocupação" com o depoimento de Paulo Roberto Costa, Paulinho, para os mais íntimos mandachuvas da Petrobrás.
Mas, tá bom; tá pra lá de bom, isso tudo a gente entende.
O que não se compreende e nem admite é que Paulo Roberto Costa, o Paulinho, para a turma braba dos corredores mais ricos da Petrobraba, tenha deixado escapar a chance de interrogar Vital do Rêgo - eita palavrão bem explícito! - presidente da CPI e também inquirir e investigar o petista Marco Maia, metalúrgico e relator da mesma comissão.
Mesmo que apelassem para o direito de ficar calados, teriam misérias para revelar à nação.
O seu silêncio diria tanto quanto a mudez sepulcral do mero e obediente operador do Petrolão.
Não fiquei nem um pouquinho frustrado com a baderna da CPI da Petrozorra.
Fiquei frustrado, sim, porque a CPI só teve bate-boca e porque os barraqueiros ficaram só nisso mesmo. De escaramuças verborrágicas o Brasil já está cheio.
Eu queria uma coisa mais assim Black Bloc, mais vândala e avassaladora, com tapa pra lá e pra cá. E eu queria, no auge do toma-lá, dá-cá que nenhum deles errasse um único sopapo sequer no seu nobre oponente. E vice versa. E que assim fosse em todas as CPIs; para todo o sempre, amém.