CARTA NA MANGA
Se a Dama da Copa das Copas é coringa nesse jogo de cartas marcadas de Pasadena, Cerveró é carta na manga da oposição que agora vai jogar pesado para cima dele, condenado pelo TCU e, comme d'habitude, abandonado pelos velhos companheiros.
Cerverá, desde ontem, já não tem aquela pooker face que mostrou quando esteve naquela CPI de ação entre amigos logo que o escândalo da refinaria caiu no colo do governo Dilma.
Com os bens bloqueados e na relação dos que têm que devolver US$ 792,3 milhões aos cofres públicos, Cerveró deve cantar a jogada. Cerveró vai depor na CPMI no dia 13 de agosto, o velho e conhecido mês do desgosto.
Ele é apontado pelo Palácio do Planalto como o redator principal do "parecer falho" que induziu Dilma Vana a erro na hora de assinar o que nem leu direito e autorizar a compra do bagulho da refinaria de Pasadena.
Cerveró já mandou avisar aos companheiros que hoje lhe dão as costas que está com um olho neles e outro na comissão de inquérito e que não tem a menor vocação para bode expiatório e, muito menos, inclinação para virar um novo Marcos Valério.
NAS CONTAS DE PASADENA
A Dama da Copa das Copas ainda não está de todo livre "das responsabilidades" na negociata de Pasadena como faz parecer a decisão do companheiro ministro José Jorge. Ela ainda vai passar pelos corredores do TCU na hora da Tomada de Contas Especial que já está instalada e pronta para dar a largada.
POETANDO LIBERDADE
O juiz que mandou soltar Sininho e mais 22 ativistas - black blocs já sem grande utilidade republicana - sofre críticas veladas do governo que anda gostando de prender e arrebentar.
Não que black bloc não deva ser preso; o que não pode é ser preso assim, por nada; por suposição, por premonição ou por um "sexto sentido" de que vão depredar e badernar. Isso é repressão.É um governo governando demais.
Ao ver as imagens da soltura - epa! - dessa garota ativista da moda e as oportunistas manifestações oficias do governo querendo se mostrar magnânimo por permitir que lhe concedam liberdade, deixei-me tomar pelo espírito poeta de meu velho pai e até versejar, versejei de mim para mim mesmo, como se estivesse na pele da Sininho:
Cobrou-me gesto de gratidão / ao me libertar quem me prendeu / Eu apenas lhe disse: - Não! / Não podem me dar o que é meu.
Pronto, poetei. Tenho liberdade para isso.