Depois de jogar no Purgatório o projeto de controle social da imprensa, elucubrado por Lula e garatujado por Franklin Martins, Dilma repetiu nesta semana o que disse no dia da posse como primeira-mulher-presidenta:
"Uma imprensa livre, pluralista e investigativa é imprescindível para um país como o nosso. Devemos preferir o som das vozes críticas da imprensa livre ao silêncio das ditaduras".
"Uma imprensa livre, pluralista e investigativa é imprescindível para um país como o nosso. Devemos preferir o som das vozes críticas da imprensa livre ao silêncio das ditaduras".
Com com naves e censores atentos, tolheu os registros aero-fotográficos de sua privada e notória curta temporada de descanso momesco.
No, digamos, confronto direto por terra com a mídia, Dilma proibiu até o uso de celulares que, hoje, mais que meros telefones são objetos de multiuso que se estendem por imagens fixas, internet, filmes, videotapes, drogas e rock'n roll.
Então, ao fim e ao cabo de qualquer boa esperança, conclui-se uma vez mais que uma coisa é dizer; outra é fazer. Uma presidenta em férias é uma presidenta folgada, mas continua presidenta.
Há quem possa alegar - e não vai faltar lambebota para isso - que uma presidenta tem todo o direito à privacidade de sua vida privada, por pública e notória que o seja. Tem sim, todo o direito, desde que os recursos para isso também sejam privados.
Uma vez saídos das burras públicas - e aos borbotões como saíram de Brasília para menos de uma semana no resort militar de Natal - mandam a coisa privada para os quintos do inferno.
O plano maquiavélico de controle das comunicações desejado por Lula e mal elaborado por Franklin Martins está só no Purgatório.
O paraíso do governo fica aqui, bem ao lado... A liberdade de imprensa não foi vista por lá.
Deve estar no Limbo. Nada que uma presideusa não possa resolver.
RODAPÉ - Setoristas informam que os gastos da base militar de Barreira do Inferno para garantir conforto, privacidade e bem-estar à presidenta e sua família durante o período de carnaval, chegaram a R$ 8 milhões. Isso quer dizer nada mais, nada menos do que o salário de 14.800 operários trabalhando durante um mês para comprar uma cesta básica para garantir educação, saúde, transporte, previdência, lazer e vestuário para a sua família. Para quem escutou o anúncio presidenciável de contenção de gastos públicos e cortes de R$ 50 bilhões, fica a impressão de que o Brasil é só um grande carnaval.