SE IRRITA COM MARINA E SAI FORA
Carlos Siqueira ontem foi dormir secretário-geral do PSB e acordou hoje fora da coordenação da campanha de Marina Silva. Ele teria se irritado com a nova candidata e deixou a coordenação. Sentiu-se desprestigiado por Marina - dizem os apagadores de incêndio das fogueiras de vaidades. Marina tá nem aí. Colocou Valter Feldman, da Rede, no lugar de Siqueira. Bom, o incomodado se retirou e agora já sabe quem é que manda nesse troço. I la nave va.
NERVOS DE AÇO
E então, vamos que vamos. Amanhã, ou depois, você vai na TV que a transposição do rio São Francisco está quase pronta. Mas não vai ficar sabendo, no horário político do governo que a produção de aço no Brasil da Silva está dando os doces. De janeiro até o mês passado, todo mundo melhorou nesse quesito, menos o Brasil. A produção na China aumentou 5,1%; a da Rússia aumentou 2,5%; a produção da Índia cresceu 1,4% e a do Brasil da Silva caiu 1,1%. Esse Brasil você não vê na TV.
FUTEBOL E POLÍTICA
Lula sempre que pode mistura futebol com política. Só no papo, pois é o pé-frio mais temido nas galeras corintianas e nos vestiários das seguidas seleções brasileiras que temos tido o desprazer de assistir pagando mico dentro de campo.
Pois, então agora eu também vou misturar alhos com bugalhos. Também sou filho de Deus, ora bolas, carambolas.
Está acontecendo com o país político o mesmo fenômeno de submissão à mediocridade que o futebol pentacampeão do mundo atravessa.
O futebol caiu nas mãos de uma pandilha de treinadores tidos como "professores" e havidos como um zero à esquerda em matéria de modernidade tática e estratégia de jogo.
A política e, fundamentalmente, as eleições caíram nas mãos de uma pandilha de marqueteiros donos da verdade que já começaram a dar com os burros n'água. Já tem gente trocando o reino por um cavalo.
Grande parte da população já não se deixa levar pelo Brasil plastificado que eles mostram na TV, sem medo de ser feliz à base da propaganda enganosa.
Programa político na TV é chato como filme dublado: a voz da Mulher Maravilha é a mesma da filha do Marlon Brando, na trilha do Poderoso Chefão; a fala do Capitão América é igual à do Batman que é igual à fala do He-Man, igualzinha à do Indiana Jones.
No horário político de rádio ou televisão, a voz, o jeito de falar, a entonação, o som irreal das falas de todos os candidatos é sempre igual. Aécio diz a mesma coisa que a Dilma que, por sua vez, diz o que diz; e Marina diz que diz o que Lula diz que diz mas não diz.
Isso está dando zebra. Os programas eleitorais têm sido um fiasco em termos de audiência.
O infalível Ibope atestou ontem, por exemplo, na Grande São Paulo, que na segunda-feira os canais fechados de TV pularam de 8,2 pontos para 16,4 - simplesmente dobraram de audiência. A Globo desabou na mesmo horário para 17,3 pontos, coisa que não acontecia há muito tempo.
Quer dizer, no horário nobre, de maior concentração de audiência, os eleitores que têm TV a cabo fugiram da patacoada eleitoreira.
É mais ou menos o que acontece quando o medíocre futebol do Brasileirão invade a sala das nossas casas. O telespectador sai à cata dos velhos e manjados filmes da HBO, Cine SKY e outros bichos. Até o Manhattan Conection da semana passada tem mais audiência. Ver Lula falando na TV é como assistir às coletivas do Felipão. As caretas são as mesmas. E os resultados são iguais.
CADÊ O LEGADO?
O Brasil inteiro tem baderna. Em São Paulo, arrastões, sequestros, assaltos; no Rio, permanente confronto entre moradores dos morros e a Polícia de Pacificação; em Minas, greves e tiroteios; no Rio Grande do Sul, na Bahia, no Maranhão, no Rio Grande do Norte, bala com bala pra tudo que é lado. Cadê a segurança padrão Fifa? Cadê o legado da Copa?!?