Vou insistir. Esse governo é muito mais burro do que sempre pensei.
Primeiro
achei que o sempre presidento Lula e a primeira-president@ Dilma foram
muito burros ao chegarem ao poder e deixarem se contaminar por ele.
Perderam o programa de governo que nunca tiveram e se agarraram com
unhas e dentes ao plano de poder.
Agora, acho que são
burros por darem as costas à voz rouca das ruas, ao clamor popular que
revela toda a indignação e repúdio à corrupção e às flagrantes
injustiças e desigualdades impostas à sociedade.
São burros porque, na ânsia de se manterem no poder dão as costas para a verdade - eita arma perigosa! - que o clamor dos protestos espalha pelas ruas.
Ninguém
anda por aí desfraldando as bandeirtas rançosas do socialismo,
da esquerda, da direita, de algum partido político salvador da pátria,
nem mesmo de uma antiga revolução que "construiu" a redemocratização.
Isso
é papo furado que já não cola; que já se desminlinguiu por si mesmo e
até por influência malígna dos que se apropriaram desta República. Essa
besteirada não está na pauta dessa geração nova, que sacode o Brasil.
Ficaram perdidos nos cadernos e relegados nas cartilhas e nos panfletos
subterrâneos que ensinam como comandar a massa e sacudir a pança.
O
que o clamor das ruas - sem a infiltração dos lacaios profissionais
disfarçados de sindicatos, "lideranças" partidárias, ONGs, "movimentos
sociais" - está fazendo estourar pelas calçadas, pelos passeios, pelas
vias expressas, pelas entradas e saídas das cidades são coisas que dizem
respeito à vida real de cada cidadão.
A gente tem fome de
quê? De democracia participativa e verdadeira; tem fome de trabalho
para todos e não apenas para os que se deixam cooptar pela "estratégia
de coalizão", eufemismo para compra e venda de almas e de aliados.
A
gente tem fome de quê? De respeito, com licença por favor, aos direitos
humanos de cada um e da sociedade como um todo; tem fome de
transparência na coisa pública; tem fome de ver na cadeia e varridos de
vez da nossa vida todo tipo de corrupto ativo e passivo.
O que o Brasil novo que surge agora está sabendo é que isso tudo não é apenas um sonho; é mais que isso, um sonho possível.
O
que a gente sabe agora é o que eles, os que mandam e desmandam nesse
país, fingem que não sabem: o que a gente sabe agora é que ninguém se
sente representado pelos poderes instituídos que acomodaram seus
fundilhos num Brasil nababesco, um paraíso de falcatruas e enganações
que, como em todo regime totalitário e feudal, distribui pão, circo,
migalhas para o povo, em suas mais diversas extratificações sociais.
O
pobre ganha bolsa; o remediado ganha emprego público; os ricos ganham
licitações. E eles, uma vez lá que outra, no intervalo de outros grandes
negócios internacionais, levam comissão de consultores e vida boa de
lobistas com uma Copa-Cozinha aqui, outra Copa do Mundo lá, uns Jogos
Olímpicos acolá.
Essa gente é burra e pensa que o povo também é. Isso é burrice em estado terminal.