O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

13 de jun. de 2013

Enfim, o seguro País do Futebol

É para ser uma festa, mas a Copa-Cozinha das Confederações parece que deixou o Brasil em pé de guerra, ou então está sempre nesse estado de pavor e a gente já nem nota mais nada.

Sucede que hoje foi o dia do governo mostrar ao Brasil e ao mundo o quanto é um país seguro, sem violência, feliz da vida.

A primeira-presidenta Dilma Vana desatou solenemente nesta quarta-feira em Brasília o nó que atava o programa de segurança para a "pátria de chuteiras". É uma coisa nunca vista. Show de bola.

Dilma inaugurou, na capital federal um dos seis Centros Integrados de Comando e Controle que funcionarão nas cidades-sede dos jogos da competição-cobaia para a "melhor" Copa do Mundo do ano que vem.

Foto/Div
Epa! Caxirola, não pode.

Conforme conta a Agência Brasil, órgão oficial de informação do governo, os centros são ambientes operacionais para supervisionar, controlar, comandar e coordenar as operações ligadas à segurança do torneio, segundo a Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos, ligada ao Ministério da Justiça.
Os espaços têm estrutura física para assegurar que informações estratégicas sejam resguardadas de incêndio, inundações ou de infiltrações; acessos indevidos, arrombamento, roubo ou de sabotagem. Segundo o ministério, as chamadas salas-cofre são capazes de suportar impactos e explosões, pulsos eletromagnéticos e armas de fogo.
Além de Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza, Salvador, do Rio de Janeiro e do Recife, mais seis capitais que sediarão jogos da Copa do Mundo de 2014 vão receber unidades do centro de comando e controle.
E aqui, a gente fica com a pulga atrás da orelha: só em Brasília para o jogo deste sábado contra o inimigo Japão que até agora atraiu só 400 torcedores japoneses para o Mané Garrincha,  o aparato de segurnaça envolve 5 mil homens e cada torcedor será revistado três vezes. Os caras do Bope poderão usar armas de choque e robôs, se acharem por bem, ou por mal.
Brasília hoje é uma cidade que tem quase 3 milhões de habitantes e nunca sentiu antes tamanha preocupação dos seus governantes para com a paz e a tranquilidade dos seus moradores ao correr do seu dia a dia cheio de sequestros-relâmpago, assaltos à mão armada, crimes hediondos, roubo de carro, brigas de trânsito, avanços de mensaleiros e consultores nos cofres públicos. 
O estranho é que a cidade, capital do País tem 3 milhões de habitantes e o estádio Mané Garrincha comporta - e já é demais - apenas 71.400 torcedores. Bolas, a cidade Aparecida de Goiás, pertinho de Brasília, tem mais de 70 mil habitantes e nunca mereceu na sua história tamanha proteção e tanto cuidado em matéria de segurança aos seus filhos diletos dessa República.
Como se vê, nas contas do Ministério da Justiça do governo Dilma, a minoria esmagadora é que merece atenção e segurança. Mas a coisa é assim mesmo: aos que nos mandam damos importânmcia não ao que els são, mas àquilo que aparentam.
E o procedimento se alastra, com a mesma desvelada prioridade, pelo Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte, Fortaleza e Recife. Um procedimento que está custando só nessa pirotecnia portentosa, dos Centros Integrados de Comando e Controle, a bagatela de R$ 1 bilhão e 800 milhões.
Nos outros meses do ano, as outras 5.564 cidades e o que sobrar dos quase 200 milhões de brasileiros, a segurança pública é aquela que você já conhece. Enfim, o Brasil voltou a ser o País do Futebol.
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