O alvo virou estilingue. Os políticos profissionais, governistas e
opositores quebraram as manifestações e engessaram a geração que levou
sua indignação às ruas.
Eles discutem entre si, sem nada
perguntar ao povo uma vez mais, se deve haver um plebiscito ou um
referendo. Quer dizer, já que não sabem e nada fizeram até agora
perguntam o que querem perguntar à nação, ou então, fazem o que querem
fazer e depois perguntam à massa já devidamente calada.
O
plebiscito é a proposta indecente dos governistas que já bagunçaram o
clamor das ruas, misturando seus lacaios de sempre às manifestações dos
que se levantaram contra a desigualdade, a corrupção, os desmandos, a
gandaia pública.
O referendo é a sugestão imoral de
uma oposição até aqui quase tão conivente quanto inerte diante dos
desmazelos que os três Poderes constituídos vêm cometendo contra o
País.
E assim, sem desalinhar uma gravata, sem amarrotar
nenhum dos seus colarinhos brancos, sem despentear um só fio de cabelo,
os proprietários da nação estão conseguindo desviar o som da voz rouca
das ruas que já não quebra os cristais do poder cretino que domina o
Brasil.