MAKTUB
Nesse grande bazar de miudezas políticas e grandiosidades imorais chamado Congresso Nacional - que também atende pelo apelido de Casa do Polvo - aconteceu apenas o que já se esperava: todos são freiras e santos em matéria de bandalheira, improbidade, gandaia, insensibilidade, prepotência e certeza de impunidade.
A farra aérea desses congressistas de meia-tigela moral e prato cheio de sacanagens não é nenhum delito perante à lei diante da qual “todos somos iguais”. Maktub. Estava e está escrito que, até antes de ontem, não havia nada escrito. Nada proibia distribuir vôos a poetas, seresteiros, namorados, amantes e até para filhos e esposas. Então, como o Sanatório da Notícia, antecipou no primeiro dia de mais um escândalo bom de ser incorporado ao currículo dos parlamentares para os próximos palanques, tudo era permitido.
Lula deu com os burros n’água outra vez: depois de errar nas contas dizendo que o Congresso tinha só 300 picaretas, agora sentenciou que lá “ninguém é freira nem santo”. Errou, não só nos números e no espírito da coisa; errou também em reduzir a área de abrangência da sua avaliação. No Executivo e no Judiciário a maioria mais que absoluta também é de freiras e de santos. E as únicas sentenças a que estão sujeitos, continuam sendo as frases de efeito.