DOAÇÃO FISIOLÓGICA DE CAMPANHA
A pandilha de sevandijas, os canalhas, abjetos e desprezíveis que vêm se elegendo e reelegendo às custas do rompimento moral da nação brasileira que assiste inerte e conformada, os gigantes dos negócios e os capitães das grandes indústrias, em forma de doação, despejar mundaréus de dinheiro sujo nas campanhas eleitorais desse Brasil da Silva, estão em palpos de aranha.
A caterva luta com todas as armas para que o Supremo Tribunal Federal não acabe de uma vez por todas com esse verdadeiro cano de esgoto que sufoca em dejetos a democracia já capenga desse país de corruptos e corruptores públicos, notórios e escancaradamente privados.
E nesse ninho de cobras criadas se juntam petistas, peemedebistas, tucanos, demos e cretinos de todas as siglas políticas e de todas as facções partidárias, alardeando de maneira uníssona e orquestrada, como se fosse uma grande ameaça à honestidade, à moral e aos bons costumes, que "sem dinheiro das empresas haverá uma paralisia generalizada das campanhas eleitorais".
E estrebucham assim desse jeito, como se não fosse justamente esta a melhor notícia para o Brasil dos brasileiros; como se não fosse o melhor para o país, seu povo saber do fim e da morte dessa lavagem canalha de dinheiro que paga as campanhas, mas compra a alma, o coração e a vida da República, do Estado e da democracia brasileira.
E, como se não estivessem confessando sua hipocrisia e sua conhecida ausência de escrúpulos, seu deslavado cinismo, sua tradicional falsidade intelectual e humana, berram como péssimos cabritos que são que "o fim das doações privadas abrirá as portas para os chamados recursos não-contabilizados", honra e glória dos Delúbios Soares que todos eles são, ou querem ser um dia.
Nenhum brasileiro de bem há de acreditar que um doador de campanha é um empresário tão bonzinho que nunca vá cobrar o troco pelo dinheiro que está botando de mão beijada nas mãos, no colo e no bolso de quem amanhã tudo pode de tudo quanto bem quiser e puder. Nenhum brasileiro, de sã consciência, deixará se passar por imbecil e patife a tal ponto.
Nenhum, menos todos aqueles que integram o colégio de 138 milhões de eleitores que, a cada eleição, fingem que não são imbecis nem patifes. Fingem que não são e votam nos imbecis e nos patifes.
Essa gandaia criminosa esteve a um voto de acabar nas barras do Supremo Tribunal federal, na semana passada. Mas aí, o ínclito ministro Teori Zavascki, indicado pelo governo para o tribunal, pediu vistas do processo. E a pandilha de sevandijas exultou. Não foi ainda dessa vez que estourou o cano de esgoto no peito deles.
A matéria será retomada nesta semana que entra. Os patifes fisiológicos continuam achando que os brasileiros não se importam de ser imbecis. Sem que sequer seja descartada a já dadivosa forma pública, há o sério risco de que as doações de campanhas continuem sendo feitas na privada. É a melhor maneira desses pascácios, desses papalvos finórios satisfazerem suas necessidades fisiológicas.