VIDA PÚBLICA NA PRIVADA
Se há um negócio que me incomoda nessa gandaia de financiamento de campanhas eleitorais no Brasil, é a propaganda enganosa. E mais que enganosa, enganadora e escamoteada. E o pior é que a empulhação não é só no conteúdo é na forma de pagar a fatura.
O massacre também não é só um privilégio - na verdade, um defeito - de partidos políticos, siglas e candidatos. É um mau hábito calhorda e safardana que se espalha com cheiro infectante e contagioso por todo extrato social.
Dá engulhos ver Paulo Skaf, papa do Sistema "S" - Sesc, Senac, Sesi, Senai - transformando, descaradamente, na TV e nos planos de mídia a fortuna que administra em um gaiato e zombeteiro financiamento público-privado de campanha para sua própria candidatura.
Sem o menor espeito e sem qualquer constrangimento, ele acabou com a discussão que ficou emperrada no Supremo Tribunal Federal sobre o assunto.
Pronto, quem tiver nas mãos o poder de um desses antigos organismos de defesa da cidadania, tipo centrais sindicais, ONGs, institutos de fachada, pode fazer como ele faz. Bota a vida pública na privada e estamos combinados. No Brasil da Silva vale tudo.