...Precisa que haja vento sem parar
Começa a semana decisiva do julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal. A lenga-lenga dos embargos de declaração está por terminar. E enquanto a antiga musa canta, outro valor mais alto se alevanta. Vêm aí os embargos infringentes.
Esses embargos são mais ou menos como aquele bico pra fora do estádio que os zagueirões de granja usam como "recurso" quando o goleiro do seu time está a perigo. No caso dos mensaleiros, os embargos infringentes são o último lance dos advogados em busca de uma jogada salvadora de réus que já foram condenados, mas com 4 votos a favor.
Esse tipo de recurso, em nome da mais ampla defesa, empurra com a barriga a cadeia de mensaleiros como Zé Dirceu, Zé Genoíno e João Paulo Cunha no quesito "formação de quadrilha", já que a corrupção é o que menos conta para o tamanho da pena a que eles foram condenados.
A ideia é que a pena seja leve, pois tem a vida breve; precisa que haja vento sem parar. Mas aqui, por essas bandas bandalhas nacionais, falcatrua e mensaleiro vivem e convivem em sereníssima calmaria.
Quer dizer, nesse Brasil da Silva, Dirceu, Genoíno e Cunha até podem não ser quadrilheiros; mas corruptos, sim. E por que não?!?