No Maná Garrincha, Austrália foi uma espécie de palanque oficial na Esplanada dos Ministérios
Sabe quem não estava na Tribuna de Honra do Maná Garrincha? Ela mesma, sim senhor! É que o camarote oficial não tem tapumes e nem dista 800 metros do público. E outra coisinha mais, ela apenas preside o País do Futebol, não tem obrigação nenhuma de ser torcedora. No fundo, no fundo, a gente entende: ela ainda acha que futebol é coisa pra homem.
Mas tanto faz, como tanto fez, o Maná Garrincha estava meia boca. Pura meia boca rica. Nunca se viu tantos óculos de grife num estádio de futebol. E comendo grama lá embaixo, reforçada pela ausência de quatro tiulares do Felipão a Seleção da CBF traçava o time da Austrália com meia dúzia de gols.
Jô fez dois, só pra chatear o Fred; Neymar meteu o dele, Ramires, Pato e Luís Gustavo fecharam a fatura. Senti mais falta do Ganso, do Kaká, do Ronaldinho Ga´pucho e do Ronaldinho, do que dos quatro jogadores efetivos da Família Scolari.
A grande atração do espetáculo foi o público. Mais de 40 mil loiros ricos de olhos azuis e uns que outros afro-descendentes, todos bem vestidos e com cara de quem pode pagar o preço dos ingressos que ninguém sabe muito bem para o quê e para quem servem.
Olhando assim o público do Maná Garrincha, tem-se a nítida impressão de que se trata de uma plateia de terceirizados que estão de passagem por Brasília, terra que os acolhe e paga bem até a próxima eleição.
Conclui-se, pela escassez de frequência, que os afro-descendentes aqui do Brasil não gostam de futebol. Pode-se achar também que gostam, mas são pobres o bastante para não poder comprar um bilhete para entrar no Maná Garrincha.
O jogo foi tipo assim o desfile cívico da Independência na manhã deste Sete de Setembro: deu mal e porcamente para o gasto. A Austrália foi uma espécie de clone do palanque oficial que Dilma mandou armar na Esplanada dos seus Ministérios: serviu para enganar trouxa.