Peraê! Tá todo mundo de crista murcha só porque o julgamento do mensalão promete se arrastar por muitos e muitos anos lá pelas barras do Supremo Tribunal do Governo Federal. Levanta a crista, galo véio!
Não há coisa pior na vida do que alguém carregar nas costas o fardo da corrupção e a mala preta dos quadrilheiros pelo resto da vida.
Essa manjada e corriqueira estratégia de ficar ciscando no lixo dos quintais legais para não ser julgado e condenado até às últimas consequências é a pior condenação que uma pessoa pode sofrer nas histórias que contam a sua biografia. Essa tática bandida e esperta da proscrastinação leva o próprio agente procrastinador a ser réu para sempre.
E o pior: um réu sem condenação, impune e culpado para sempre diante dos olhos da sociedade. O cara permanece réu e perigoso em todos os extratos sociais, mesmo nos mais putrefatos. Quem tiver o desprazer de dar de cara com ele fica com um pé atrás.
Um julgamento que não tem fim penaliza o réu eternamente, enquanto ele viva, com a marca da culpa; com a incômoda e inevitável sensação de que provoca grossa repugnância e náusea crônica nos outros.
Quem não é inocente é o quê? Um culpado... E nem sempre um reles, um mero culpado; no mais das vezes, um crápula de alta e dissimulada periculosidade. Quem quer ser amigo, irmão e companheiro de um fingido, corrupto e quadrilheiro?
Talvez uns que outros na mais alta corte de justiça do País não se importem com isso. Mas, assim que o povo souber quem anda com quem, cantará de galo o que eles são.