Lula é vingativo. É sim. Ou você vai querer dizer que não? Ele não esquece quem não o obedece. Rima e é verdade. Mas, ele mal sabia que um juiz de Direito também pode vestir além da toga, o manto da vingança.
Eis que, senão quando corria lépido e faceiro o glorioso ano de 2002 e Lula, investido da síndrome de presideus do Brasil, fez a protocolar primeira visita à mais alta corte de Justiça do País que, desde janeiro, já tomara como todo seu.
Dentre rápidos salamaleques, Lula boquirroto como sempre, enquadrou em tom de ameaça o time dos 11 ministros titulares do Supremo Tribunal Federal daqueles velhos tempos: "o País precisa abrir a caixa preta do Judiciário"!
Os doutos magistrados engoliram o sapo barbudo. E nada como o tempo, senhor da razão, como proclamava Fernandinho Beira-Collor em suas camisetas de atleta de fins de semana correndo às margnes do Lago Paranoá.
Pois eis que o senhor da razão está de volta. E Lula então descobre, já sem a armadura do cavaleiro de grossa estampa dos seus anos de rampeiro no Palácio do Planalto, que os juizes que viram ministros do Supremo podem ter a sua mesma índole.
Nada como um dia depois do outro. Lula, o Parlapatão, o Boquirroto, o Fanfarrão, o Basofeiro, o Bravo agora come em tranca, cala-se, recolhe-se a sua insignificância como insignificante é qualquer brasileiro nessa republicanagem explícita e, bem pior, constata com e como um estupor que para os ministros do STF uma coisa é pra lá de importante: devolver a quem, um dia, lhes causou algum sobressalto, outros sobressaltos muito maiores.
Lula é vingativo, sim; os ministros do Supremo Tribunal Federal podem ser vingativos, sim. E eu também. Bem feito!
