As pessoas ouvem os políticos. Ouvem e pensam que entendem. Ficam pasmas, às vezes, com a cívica abnegação de alguns que se candidatam sabendo que nâo têm a menor chance de eleição.
Por que, por exemplo, um Chalita insiste na corrida à Prefeitura de São Paulo, se não passa de meia dúzia por cento das intenções de voto? Por que ele insiste, se até os católicos carismáticos que um dia lhe serviram de escada já torcem o nariz para ele?
Por que um chalita desses se contenta em ocupar a "honrosa" quarta posição num pleito como esse de São Paulo, maior colégio eleitoral do País? Por amor ao povo, por patriotismo, por dedicação à política? Uma pinóia!
Com o quarto lugar, distante dos 35% de Russomanno, dos 20% de Zé Serra e dos 17% de HaHaHaddad, ele tem café no bule para pôr na mesa. Em caso de segundo turno, o carismático Chalita oferece seus eleitores de bandeja para quem mais vantagem lhe oferecer.
Já fez chegar aos ouvidos de Dilma Vana - a quem vive tecendo elogios esquecido de que um dia ela se disse a favor do aborto - que para apoiar HaHaHaddad num hipotético segundo turno, quer nada mais, nada menos que o Ministério da Educação.
É disso que vivem os políticos espertos, os partidos safados e os governos safos. O Brasil está tão cheio de chalitas espertos quanto de partidos safados. Chalita é só um triste e corriqueiro exemplo, colhido na disputa paulistana porque São Paulo é o maior curral eleitoral do Brasil. Na sua cidade, aquele candidatozinho sem chance nenhuma de ser prefeito ou vereador pode ser o seu Chalita.