A realidade é que hoje é dia de Neymar no time da CBF contra o México; de Bernardinho no seu voluptuoso velho vôlei diante da Rússia e dia também de Esquiva Falcão que sai no soco contra um japonês de queixo duro.
Se tudo der errado para o esporte do Brasil sério, poderemos chegar ao fim do dia comemorando a conquista de mais três medalhas de ouro para a coleção da cartolagem e gaúdio do governo brasileiro que vai dar saltos triplos de contentamento.
Faz sentido. É que chegando a cinco ouros, o Brasil de Nuzman, Zé Maria Mariz, Aldo Rebelo, e a pandilha miúda e viva que se apropriou do esporte nacional em todas as modalidades - de mensalões a cuspe a distância - pode saltar do seu 28° lugar no submundo esportivo para a 14ª ou 15ª colocação, um pouquinho à frente da Nova Zelândia e logo atrás do Japão, bem ali, nas beiradas do primero mundo.
Isso é o que pode haver de pior para um país que tem 200 milhões de habitantes e está rente que nem pão quente para bater o recorde mundial na modalidade Pulo de Alegria porque é capaz de conquistar cinco fantásticas medalhas de ouro.
O pior de tudo nessa perspectiva de domingo é que voltaremos da Inglaterra com a velha e hipócrita "consciência do dever cumprido", com ares de que "estamos no caminho certo"; calmos e serenos porque temos quatro anos pela frente para aguentar impolutos até a Copa do Mundo quantos "chutes no traseiro" os emissários da Fifa e do COI quiserem nos dar.
Quanto aos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, resta-nos a certeza de que cumpriremos a praga que a primeira-presidenta Dilma Vana rogou, cheia de mágoa pela inesquecível medalha de ouro que deram a Marina Silva quando a festa começou lá em Londres:
- Nossa abertura será melhor que a deles.