O Supremo não chega a ser um estádio; mais parece um barraco que serve de vestiário. Ali, durante a preleção, cada um veste a camiseta do seu próprio time e bola frente que atrás vem gente.
Desde que o julgamento saiu da concentração de sete anos, a torcida é toda para dois ferrenhos competidores: o relator Joaquim Barbosa e o revisor Ricardo Lewandowski.
Volta e meia, uns lá que outros entram em campo à moda quarto árbitro e com ares de bandeirinhas por trás do gol. Mas, o grande clássico é Barbosa x Lewandowski.
Mas o embate entre Lewandowski e Barbosa já não é mais um confronto de ministros, de julgadores.
É o embate entre dois ciumentos, teimosos, dominadores, exorbitantes, sensíveis, cheios de mágoas, com enorme facilidade para se martirizarem quando o jogo não corre como eles querem.
E o pior de tudo é que, quando deixarem de lado o exibicionismo e externarem sua decisão, o Brasil inteiro, muito mais que os réus - sejam lá quais forem os seus destinos - baixará a cabeça e, jenuflexo, terá que dizer amém.
Decisão de Supremo Tribunal Federal, não tem volta. É gol e está acabado o assunto. Não tem apelação.
Quer dizer, tem sim. Esses dois andam apelando há muito tempo. Barbosa e Lewandowski são pura apelação.