Desde que teve que engolir o fim da CPMF, o imposto do achaque ao cheque, que a garganta de Lula nunca mais foi a mesma.
De lá pra cá, ele ficou malvado e vingativo. Quer de tudo um pouco para que não precise provar - como prometeu e não cumpriu - que o Mensalão foi "uma farsa".
Chegou a perder o rumo de sua própria trajetória de proprietário indébito do Brasil e, à frente do precipício, deu um passo à frente e ordenou a sua turma do Bardahl: "Vão fundo na CPI do Cachoeira, doa a quem doer". O feitiço virou contra o feiticeiro. O nó na garganta apertou.
Hoje, depois de oito anos de engodos e malfeitos, Lula tem casualmente oito ministros indicados por ele no Supremo, por acaso a corte que vai julgar Zé Dirceu e os seus mensaleiros.
Ainda assim, com dor na consciência, sem nenhuma ponta de remorso naqueles 11 caminhões de briques e braques que levou de Brasília para São Bernardo, Lula está por aqui ó...
E morre de medo que seus ministros não ignorem o fato de que a foz do caudal de malfeitos do Mensalão era na rampa do Palácio do Planalto, por estranha força do destino, sua residência naqueles bons velhos tempos de apropriação do País.
Besteira. Tudo vai dar em nada. Como naqueles áureos e bons tempos em que ele não via nada, não sabia de nada, não fazia nada.
O consolo que resta à nação republicana brasileira é que, absolvidos mesmo sem que sejam tidos inocentes, todos eles - inclusive o homem e seus cães fiéis - serão eternos reféns de Marcos Valério, o malfeitor de todos os malfeitos, escolhido há muito tempo para pagar o pato.
Viverão sob chantagem o que lhes resta de tempo para viver.
Pena que seja nadando em dinheiro e não com um salário mínimo por mês, igualzinho aos proventos dos doutos ministros da mais alta Corte de Justiça do País.