Sinceridade? Pois o Sanatório da Notícia não gosta de Dilma como presidenta, como não gostava de Lula e também não ia com o nhenhenhem do FHC. Quem sabe até alguém tenha gostado de Zé Sarney, de Fernandinho Beira-Collor e um pouco mais até de Itamar Franco, o Pai do Real... Gosto não se discute. Cada um pede o que gosta. Um pede arroz, outro pede bosta.
O diabo é que um república tem que ter presidente. E a gente que se arrebente.Vem um atrás do outro; o outro pior que o um. Ou você já esqueceu que Collor saiu pela porta dos fundos do Palácio por causa do escândalo que os metalúrgicos de tocaia fizeram por uma camioneta Fiat Elba? Os que vieram depois pegaram mais leve, tá bom assim, foram grandes consultores, ou bebiam e dirigiam?!?
Então, nesse vai da valsa, lá se foram festivamente desperdiçados quase 50 anos de democracia. Tudo em forma de palanque de pau a pique ou eletrônico, discursos de improviso por escrito, promessas e pedras fundamentais, carga pesada de impostos, gandaia da máquina pública e migalhas de serviços essenciais.
Outro diabo é que nunca dá, nem dará, para acabar com um presidente desses à base de eleição em cima de eleição. Seja lá quem foi, seja, ou será o presidente.
Não dá para acabar com o presidente porque nesse país o voto não é direito é obrigação, é compulsório e o eleitor é levado a fazer dele uma arma e atirar no próprio pé ao escolher entre o ruim e o pior.
O presidente da democracia brasileira não é gente como a gente. É uma entidade, um ser sobrenatural, o resumo de tudo de ruim e de todos os piores que o levam a subir a rampa e enfaixar-se.
O presidente do Brasil é um sistema com cabeça, tronco e membros. É um esquema bípede e tem dois braços; dois olhos para não ver; duas orelhas, uma para vaias e outra para aplausos; e uma boca para falar o que lhe der na cabeça.
Já houve um caso sério em que o presidente do Brasil tinha tentáculos. Hoje é fashion, veste Prada, usa salto alto e bolsa Kelly família embaixo de um dos braços. No outro, um espanador ao invés de vassoura para varrer o entulho que abunda na Esplanada dos Ministérios. E como há.