HISTÓRIA DO BRASIL DA SILVA
Eureka! Eu descobri. É só cortar a cabeça principal dessa Hidra de
Lerna brasileira.
Mensalão e Petrolão
são apenas duas mangas de colete. Tão curtas que não se estendem além dos
ombros desse imenso modelo de nação malvestida.
O esquema da “estratégia
de coalizão” que desnuda o Brasil da Silva é que dá pano pra manga. Dá pano pra
manga e abotoa o paletó da nação brasileira.
Desde 2002, quando um
cara, O Cara descobriu o Brasil da Silva, foi que se deu a implantação da “estratégia
de coalizão pela governabilidade” – um jeito cínico e maquiavélico de
estabelecer o preço de cada nova aliança, cada novo companheiro – comprado com
dinheiro sacado das burras públicas.
Desde então surgiu e
se criou uma pátria que só tem segurança que preste, quando veste chuteira para
uma Copa da Fifa de Blatter, ou para os Jogos de cintura olímpicas de Arthur
Nuzman & Sociedade Astronômica.
Desde esse tempo, nasceu
para o bem de todos e felicidade geral dos seus proprietários indébitos, uma
pátria que só é educadora quando manda soltar dos presídios reeducandos, como
os mensaleiros dirceus de marílias, ou genuínos dos governos Lula e Dilma, ou
vice-versa.
Desde aquelas
priscas eras, ergueu-se uma pátria que só tem dinheiro em forma de bolsa-esmola
que vale como voto; uma pátria que só tem transporte digno quando a chapa é
branca.
Desde sempre e senão
quando, foi criada a partir da primeira escalada lulática da rampa, essa pátria
que só tem saúde nos planos privados, aberrações de um sistema falido e
abandonado.
Desde lá, desde
Lulalá, abortou-se essa pátria que não tem igualdade social nem democracia de
verdade, porque é povoada por duas espécie de habitantes – as pessoas e as
autoridades.
A estratégia é tão
forte, tão poderosa, tão distante dos homens de boa vontade nesse país tropical,
bonito por natureza e amaldiçoado pelos seus deuses que Mensalões, Petrolões e governos
invisíveis, do tipo daquele lá de São Paulo, gerenciado pela segunda-dama
Rosemary, não nascem de baixo para cima.
Os cambalachos, os
escândalos, as falcatruas, a roubalheira, vêm de cima pra baixo. Precisam de um
big boss muito forte, de um senhor de anel milagroso, de um canalha intocável, patrão
autocrata, muito mais que um simples canalhocrata.
É desse cara, desse
maioral, dessa cabeça grande, desse déspota que emana todo o poder.
É dele, um cidadão com
cargo e pose de quem está acima de qualquer suspeita, que é gerado não um filho
que pode ser pródigo pra burro, bem à vontade, cheio de imunidade e impunidade;
muito mais que isso, é dele – desse descobridor mandachuva - que nasce uma
prole interminável de bandidos e bandidagens, de malfeitores e malfeitorias que,
há 12 anos, assola esse país.
O que seria um
arrastão aqui, outro ali, em qualquer país do mundo, nessa República dos
Calamares virou Direito Consuetudinário. A lei é roubar e poder carregar. Virou
costume; virou tradição; virou cultura.
E os assaltos aqui e
acolá - que seriam malfeitos de malfeitores comuns - se transformaram em uma
rede de escândalos, em um sistema impermeável de achaque aos cofres, aos caixas
arrombados de cada organismo público e notório, contaminado e putrefato, do
corpo administrativo do Estado.
Um sistema que corre
livre, leve, solto de assalto à mão desarmada e corriqueira às fortunas que
decorrem dos impostos mais caros do mundo que todos nós pagamos.
Uma rede que vem de
cima para baixo, por ordem do chefe supremo, mais supremo que o Supremo
Tribunal do Governo Federal; mais supremo que o Congresso, essa enorme casa de
tolerância nacional; mais supremo que o Judiciário, cuja corte maior é de
Lewandowski.
É que a justiça, a
verdade, a democracia são, nesse Brasil Dilma da Silva, o que o governo sem
alternância diz que são.
E eis-nos aqui,
embasbacados, vituperando, nada mais do que vituperando; sem ânimo para dar um
mínimo de tempo para um ligeiro e necessário exame de consciência.
Sem indignação
bastante para em um pequeno momento de brasilidade gritar: Eureka! Eureka! Eu
descobri! Sou o Hércules do meu Brasil inzoneiro!
Basta-me apenas e
não mais que isso, cortar a cabeça principal dessa Hidra de Lerna brasileira,
para tirar o meu país da lama.
Mas, para esse sonho
de esforço hercúleo virar realidade é preciso que eu esteja farto desse insuportável
e intragável hálito venenoso.