O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

8 de jan. de 2015

HISTÓRIA DO BRASIL DA SILVA
Eureka! Eu descobri. É só cortar a cabeça principal dessa Hidra de Lerna brasileira.

Mensalão e Petrolão são apenas duas mangas de colete. Tão curtas que não se estendem além dos ombros desse imenso modelo de nação malvestida.

O esquema da “estratégia de coalizão” que desnuda o Brasil da Silva é que dá pano pra manga. Dá pano pra manga e abotoa o paletó da nação brasileira.

Desde 2002, quando um cara, O Cara descobriu o Brasil da Silva, foi que se deu a implantação da “estratégia de coalizão pela governabilidade” – um jeito cínico e maquiavélico de estabelecer o preço de cada nova aliança, cada novo companheiro – comprado com dinheiro sacado das burras públicas.

Desde então surgiu e se criou uma pátria que só tem segurança que preste, quando veste chuteira para uma Copa da Fifa de Blatter, ou para os Jogos de cintura olímpicas de Arthur Nuzman & Sociedade Astronômica.

Desde esse tempo, nasceu para o bem de todos e felicidade geral dos seus proprietários indébitos, uma pátria que só é educadora quando manda soltar dos presídios reeducandos, como os mensaleiros dirceus de marílias, ou genuínos dos governos Lula e Dilma, ou vice-versa.

Desde aquelas priscas eras, ergueu-se uma pátria que só tem dinheiro em forma de bolsa-esmola que vale como voto; uma pátria que só tem transporte digno quando a chapa é branca.

Desde sempre e senão quando, foi criada a partir da primeira escalada lulática da rampa, essa pátria que só tem saúde nos planos privados, aberrações de um sistema falido e abandonado.

Desde lá, desde Lulalá, abortou-se essa pátria que não tem igualdade social nem democracia de verdade, porque é povoada por duas espécie de habitantes – as pessoas e as autoridades.

A estratégia é tão forte, tão poderosa, tão distante dos homens de boa vontade nesse país tropical, bonito por natureza e amaldiçoado pelos seus deuses que Mensalões, Petrolões e governos invisíveis, do tipo daquele lá de São Paulo, gerenciado pela segunda-dama Rosemary, não nascem de baixo para cima.

Os cambalachos, os escândalos, as falcatruas, a roubalheira, vêm de cima pra baixo. Precisam de um big boss muito forte, de um senhor de anel milagroso, de um canalha intocável, patrão autocrata, muito mais que um simples canalhocrata.

É desse cara, desse maioral, dessa cabeça grande, desse déspota que emana todo o poder.

É dele, um cidadão com cargo e pose de quem está acima de qualquer suspeita, que é gerado não um filho que pode ser pródigo pra burro, bem à vontade, cheio de imunidade e impunidade; muito mais que isso, é dele – desse descobridor mandachuva - que nasce uma prole interminável de bandidos e bandidagens, de malfeitores e malfeitorias que, há 12 anos, assola esse país.

O que seria um arrastão aqui, outro ali, em qualquer país do mundo, nessa República dos Calamares virou Direito Consuetudinário. A lei é roubar e poder carregar. Virou costume; virou tradição; virou cultura.

E os assaltos aqui e acolá - que seriam malfeitos de malfeitores comuns - se transformaram em uma rede de escândalos, em um sistema impermeável de achaque aos cofres, aos caixas arrombados de cada organismo público e notório, contaminado e putrefato, do corpo administrativo do Estado.

Um sistema que corre livre, leve, solto de assalto à mão desarmada e corriqueira às fortunas que decorrem dos impostos mais caros do mundo que todos nós pagamos.

Uma rede que vem de cima para baixo, por ordem do chefe supremo, mais supremo que o Supremo Tribunal do Governo Federal; mais supremo que o Congresso, essa enorme casa de tolerância nacional; mais supremo que o Judiciário, cuja corte maior é de Lewandowski.

É que a justiça, a verdade, a democracia são, nesse Brasil Dilma da Silva, o que o governo sem alternância diz que são.

E eis-nos aqui, embasbacados, vituperando, nada mais do que vituperando; sem ânimo para dar um mínimo de tempo para um ligeiro e necessário exame de consciência.

Sem indignação bastante para em um pequeno momento de brasilidade gritar: Eureka! Eureka! Eu descobri! Sou o Hércules do meu Brasil inzoneiro!

Basta-me apenas e não mais que isso, cortar a cabeça principal dessa Hidra de Lerna brasileira, para tirar o meu país da lama.


Mas, para esse sonho de esforço hercúleo virar realidade é preciso que eu esteja farto desse insuportável e intragável hálito venenoso.