Madame acostumada ao vaivem da rampa...
Está
no site do Ministério Público em São Paulo: a Casa Civil da Presidência
da República lhe negou acesso às informações sobre o processo de
sindicância instaurada para "apurar eventuais ilícitos funcionais por
parte da servidora Rosemary Novoa de Noronha".
Rose
é a anti-heroína da Operação Porto Seguro, que escancarou mais um
esquema de favorecimento em órgãos públicos. Órgãos públicos e notórios.
Conforme
o Ministério Público, "por meio de ofício enviado no dia 24 de abril
último ao chefe do Gabinete Pessoal da Presidência da República, o
procurador da República José Roberto Pimenta Oliveira havia requisitado
cópia integral do processo administrativo, em versão impressa e/ou
digitalizada, para fins de instrução de Inquérito Civil Público que
trata da eventual participação da ex-chefe do Gabinete Regional da
Presidência da República em São Paulo nos fatos descobertos na Operação
Porto Seguro, realizada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público
Federal".
A
Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil negou o pedido de
informações e alegou que "o chefe do Gabinete Pessoal da Presidência da
República não tem competência para prestar a informação requisitada".
O
Ministério Público, no entanto, chapuletou no seu site que, de acordo
com o artigo 143 da Lei 8.112/90, "a autoridade que tiver ciência de
irregularidade no serviço público é obrigada a promover sua apuração
imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar".
O
artigo 154 da mesma lei reza que "na hipótese de o relatório da
sindicância concluir que a infração está capitulada como ilícito penal, a
autoridade competente encaminhará cópia dos autos ao Ministério
Público, independentemente da imediata instauração do processo
disciplinar".
Diante
do desdém "absurdo e desumano" com que foi tratado, o Ministério
Público subiu nas tamancas e estampou nas vidraças da Casa Civil o
aviso: "Em face da recusa no acesso às informações, o MPF tomará as
providências cabíveis, sendo certo que a mesma constitui um sério
obstáculo ao pleno conhecimento dos ilícitos praticados por Rosemary".
E diz ainda a nota virtual: "O procurador da República José Roberto Pimenta Oliveira, encarregado do caso,
acredita que as informações contidas na sindicância podem contribuir com
as investigações do Ministério Público e auxiliar na elucidação de
algumas questões".
Entenda
"algumas questões" como coisinhas simples tipo assim uma rufiã bem
agasalhada, com pinta de primeira-dama do governo genérico instalado em
São Paulo, sendo flagrada com a boca na botija, entrando numa fria ao
pegar um membro grosso do governo para traficar influência e outras
trampolinagens.
Mas
contenha-se. Controle o entusiasmo. Tudo vai dar em nada. Assim que o
caso da madame regra-3 subir a rampa, o máximo que se há de saber é que ela já conhece o caminho das pedras; trata-se de uma rampeira contumaz.