Carlos Eduardo Behrensdorf
Não é de hoje
que muitos dizem que a televisão é uma máquina de fazer doidos. É exagero, mas
vez por outros mexe com os miolos de quem fica conectado. Pedindo paciência aos
leitores, espero que encontrem a conexão neste texto aparentemente desconexo.
Vamos lá.
Cascatinha e
Inhana formavam uma dupla sertaneja: Francisco dos Santos (Cascatinha) e Ana
Eufrosina da Silva (Inhana). Estou falando em artistas da década de 40 em São
Paulo. Francisco cantava modinhas, canções e valsas românticas nas festas de
família. Aí então chegou um circo na cidade onde conheceu o cantor Chopp com
quem formou uma dupla.
Francisco virou Cascatinha, nome de uma famosa cerveja da época.
Surgiu a dupla Chopp e Cascatinha que fez sucesso em circos das cidades do
interior. Ana Eufrosina também era cantora. Casou com Cascatinha e, chamada
carinhosamente de Aninha, virou Inhana. Tempos depois, saiu o Chopp e surgiu a
dupla Cascatinha e Inhana.
Este papo
furado me ocorreu quando assistia um horário político onde Lula e Dilma
esbanjavam alegria, firmeza e esperança pelo que fizeram e farão. O canto era
afinado. Meus dois neurônios tentaram, sem sucesso, montar um quadro composto
pelo Brasil real, o Brasil da propaganda e o Brasil do futuro. Onde está meu
livrinho do Stefan Zweig?
Lembro que o escritor austríaco dizia que o Brasil era ou teria
talvez a mais importante potencialidade do mundo para o futuro. Se não era isso
era quase isso. Em seu livro “Brasil o país do futuro” Stefan Zweig cita o
historiador irlandês James Bryce, que também falava na exuberância do nosso
país com um entusiasmo alentador:
“Nenhum grande país do mundo que pertença a uma raça européia
possui semelhante abundância de solo para o desenvolvimento da existência
humana e de uma indústria produtiva”.
Quando seremos um país como este?