Fazer saber não é saber fazer; faça chuva, faça sol, o governo é só farol.
Vivendo há 13 anos de slogans, o Brasil Dilma da Silva, faz saber mas não sabe fazer. Não fez a reforma política, não sabe o que é reforma agrária e, muito menos, reforma urbana. De reforma só entende a do Palácio e do próprio patrimônio. Trocou a mentira do PAC - Plano de Aceleração do Crescimento pela realidade do PAP - Plano de Aceleração do Próprio Patrimônio.
A turma enriqueceu. Foram precisos só 13 anos de poder para chegar à metade do que planejaram. Ainda faltam mais 7 anos para realizar o sonho de 20 anos de bonança e abastança sacudindo a pança. Sonho deles; pesadelo de quem paga a maior carga de impostos do mundo e nada recebe de serviços essenciais em troca.
Que o digam os brasileiros do Norte e do Nordeste que são antes de tudo uns fortes, mas não são de ferro. Estão mortos de sede pela maior seca de todos os tempos, sem que o governo lhes alcance água; que o digam os do Sul, do Sudeste, da região serrana do Rio de Janeiro, abaixo de aguaceiros e sem tábua de salvação, já que a Defesa Civil chega sempre muito depois.
Se o tempo está bom, a saúde vai mal - menos para os que tem, como eles, leitos quentes e aconchegantes em hospitais de alto padrão e não morrem dengue e nem de câncer; se não cai canivete, caímos todos, menos eles, nas mãos dos sequestradores-relâmpagos, na saidinha dos bancos, dentro de casa por trás das grades; faça chuva ou faça sol o governo é só farol.
Caso o sol surja ao cantar do galo das madrugadas, ou desperte pela buzina do trânsito caótico, o brasileiro se dará por feliz então porque seu caminhão não foi ainda assaltado nas estradas entregues aos cobradores de pedágio; o trabalhador brasileiro ficará feliz da vida porque sua velha moto pegou de primeira e escapou de bater de frente com um carro dirigido por um beberrão que não fez bafômetro; pensará que é um herói, pois chegou ileso na obra da empreiteira em sua flamante bicicleta.
Se, no entanto, é dia de chuva, tanto faz, para a grande aventura que é a sua vida.
Se os impostos não fazem chover na nossa horta, no quintal deles as taxas, os tributos, as multas regam os canteiros que não param de dar bons frutos. Frutos saboreados na grande feira da máquina pública apinhada de aliados terceirizados incompetentes e despreparados para tocar os canteiros de obras de verdade, pomposamente inauguradas e solenemente inacabadas.
Enquanto eles enchem o bucho e o bolso, você estrebucha e desembolsa. Acha que não? Então aponte um só deles que não esteja gordo, saudável e nadando em dinheiro, saúde e segurança, com leves braçadas pelas ondas da educação, ainda que precárias, mas suficientes para que sejam tidos como semianalfabetos ilustrados, capazes até de presidir o Brasil.
Capazes de presidir o Brasil Dilma da Silva, porque do Brasil, pátria amada e idolatrada que se canta no Hino Nacional eles não querem nem saber. E se quisessem, não saberiam.
Esse Brasil domesticado e sem poder de indignação tem que pagar o imposto mais caro do mundo e ainda se virar do avesso para ter na vida um pingo de educação, um mínimo de segurança e acabar morrendo porque não tem dinheiro para pagar o plano de saúde que o SUS não é, nem nunca será.
E tudo isso, para ver num só fim de semana, Dilma Vana flanando pela África; Michel Temer palanqueando lá no Equador; Henrique Alves trocando olhares com a estátua da Liberdade nos States e, o mais grandioso deboche de todos, Renan Calheiros presidindo o Brasil.
Presidindo o Brasil Dilma da Silva... Porque boa parte do Brasil, pátria amada e idolatrada passou o fim de semana morto de vergonha; a outra parte quase morreu de tristeza porque o Neymar foi embora.