O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

2 de nov. de 2010

Zé Dirceu, o Tim Maia do subterrâneo político

Zé Dirceu é o Tim Maia dos subterrâneos do Poder no Brasil. E logo você vai chegar a essa conclusão. Primeiro veja algumas de suas tiradas - à guisa de defesa - que ele lançou no programa Roda Viva, da TV Cultura que teve o desplante de convidá-lo:

A primeira coisa que ele fez questão de fazer foi vitimar-se: "Não posso aceitar o que o José Serra fez comigo. Ele me linchou. Se eu for absolvido no Supremo, como é que fica? Ele me colocou como chefe de quadrilha. Tenho biografia, não tenho folha corrida". Dirceu é um dos 39 réus no processo do mensalão. O Ali Babá sempre ficou de fora.

Logo depois, o Vavá de Luxo do governo Lula jurou de pés juntos que foi cassado da Câmara por conta dos tucanos. "A oposição trabalhou para isso todos os dias." Para ele tudo não passou de tucanagem. O Brasil até hoje não agradeceu ao PSDB por isso.

Quanto ao "linchamento", é verdade que os desbibolados da campanha de Serra em diversas propagandas afirmaram  que a eleição de Dilma representava a volta da "turma do Dirceu". O entrevistado deveria estar magoado por ter que dividir com outros as honras da grande casa d'Irene em que foi transformado o Brasil.

O precursor do projeto de apropriação indébita da Minha Casa Civil, Minha Vida também disse que o discurso de Serra no domingo foi "pequeno" e o surpreendeu pelo tom agressivo. "Ele não foi generoso com a nossa vitória e nem com o país", afirmou. Que "nossa vitória", meu?!? Lula e Dilma nunca tocaram no seu nome durante a campanha e fugiram mais de você do que o diabo da cruz.

Dirceu voltou a defender a sua inocência e disse que sua defesa será feita diante da sociedade. "Virei um personagem que eu não sou." Nisso sim, ele pode reclamar de quem quer ouse falar em "sua turma". Na defesa da inocência de seu personagem, Zé Dirceu está sozinho.

Para ele, o julgamento do mensalão não pode se transformar no "terceiro turno". Claro que não, deveria ser uma temporada única: pelo menos 30 anos, com direito a pão, água e banho de sol uma vez por semana.

Zé Dirceu negou que seja lobista. "No Brasil, lobista tem caráter de tráfico de influência. Sou consultor e advogado." E, sem que lhe perguntassem, para não deixar a menor dúvida, emendou sem qualquer vestígio de mágoa: "Não tenho qualquer ressentimento com relação ao presidente Lula. Sou grato a ele."

É aí então que encerra, com chave de ouro, a sua performance como síndico dos alçapões da política brasileira. É o Tim Maia, dos velhos tempos: "Não bebo, não fumo, não cheiro... Mas, às vezes, eu minto"!