Isso é que é!
Primeiro rescaldo do Rio em Chamas... As Forças Aliadas tomaram de assalto o Complexo do Alemão. Mataram um bandido lá que outro; não encontraram nenhum chefão do pedaço; as tocas de luxo tinham poucas armas e muita maconha.
Até parece que há uma crise de crack e cocaína no mercado. O sumiço dos donos do Complexo deixa a nítida impressão de que dentre todos os procurados, escaparam todos.
Há um toque de regozijo no ar dos morros. A operação Tomada de Monte Castelo - ops! - Tomada do Alemão foi um sucesso. O Complexo é de paz. O Complexo é. O Rio de Janeiro, ainda não.
E porque hoje é domingo, há a perspectiva de segunda. Os narcotraficantes de grosso calibre estão acuados, mas continuam livres. Logo, logo a guerra continua, companheiro. É bom ficar atento e forte: os compradores já estão tiriricas da vida com a falta de suprimento. Em seguida, os consumidores irão às compras em outros balcões; logo estarão se municiando em outros quartéis generais. Para eles, a vida sem droga é uma droga.
A paz é apenas uma trégua que vem, ainda que tardia, da mais eficaz operação bélica brasileira das últimas gerações pós-2ª Grande Guerra. O que garante a vida é a segurança constante. A mesma segurança que políticos e governantes desfrutam em suas casas civis, suas vidas...
O Rio hoje está condenado a um contínuo tratamento de choque. Assim que tirarem os tubos, sucumbe sufocado em fumaça, apedrejado por crack, ou por excesso de coca... Isso é que é!
Overdoses
MAU ATENDIMENTO
O saldo mais positivo até agora nesse bala com bala da Guerra do Rio é que toda vez que um narcotraficante é baleado, quando o socorro médico chega, já é tarde. Os narcotraficantes já deixaram um bilhete à mão das autoridades, reclamando do tratamento: "Ninguém merece ser atendido pelo SUS".
SEGREDO DO SUCESSO
O grande segredo para o sucesso dessa operação Tomada do Alemão é dar prejuizo ao crime organizado. Político e narcotraficante não podem ser ricos. Eles acabam falando a mesma língua.
USUÁRIO
Num cochicholo mais estreito que uma unidade do Minha Casa, Minha Vida, os soldados encontraram armazenados, sob ar condicionado e outros cuidados, nada menos de duas toneladas de maconha. Vizinhos dizem que o dono do depósito, antes de fugir, deixou um recado: - Sou usário, isso aí é pra consumo próprio. Diante disso, as Forças Aliadas acham que ele deve se entregar a qualquer momento.
RODAPÉ - A Força Expedicionária Brasileira (FEB) enviou para a Itália, em julho de 1944, 25.300 soldados, conhecidos como pracinhas. Uma vez na península, os brasileiros lutaram várias batalhas contra forças alemãs, entre elas a Batalha de Montese e a famosa tomada do Monte Castelo. Ao final da guerra, mais de 20 mil soldados inimigos haviam sido aprisionados e quase 500 brasileiros mortos. Na foto acima italianos de Montese dão boas vindas aos pracinhas, em 14 de abril de 1945. (Portal Ciência & Vida)