O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

18 de nov. de 2010

CÂMARA & CASCUDOS

HÁ 50 ANOS, MORRIA O COMPOSITOR NEWTON MENDONÇA

Na próxima segunda-feira, dia 22 de novembro, Dia da Música e Dia do Músico, faz cinquenta anos que morria, precoce e repentinamente, aos 33 anos, o pianista e compositor Newton Mendonça (1927-1960), o primeiro e fundamental parceiro de Tom Jobim, com quem formou a mais importante parceria da Bossa Nova. Para o jornalista e crítico Marcelo Câmara, seu biógrafo, “Newton Mendonça é o principal compositor da Bossa Nova, quem mais alto e longe foi na estruturação composicional, na sistematização melódica e harmônica da Bossa Nova, quem verdadeiramente fez vanguarda, mais ousou, mais transgrediu e promoveu mais invenção na estética nascida na Zona Sul carioca, na segunda metade dos anos 1950. Caminhos melódicos inusitados, ricas e surpreendentes soluções harmônicas, insinuações rítmicas inovadoras” – explica Marcelo Câmara.

Mantendo a tradição cinqüentenária de omissões e erros, cinismo e hipocrisia, não está previsto nenhum programa especial no rádio ou na TV, nenhum suplemento especial nos jornais, nenhum show, nenhuma homenagem dos artistas, instituição ou governos, nenhuma celebração. Apenas uma Missa que o historiador Marcelo Câmara e a família de Newton mandam celebrar em Ipanema, na Igreja Nossa Senhora da Paz, às 17h30m, pela sua alma e memória, bairro aonde chegou aos treze anos. E a expectativa de que o Governo do Estado do Rio de Janeiro denomine “Parque Newton Mendonça” o Parque da Bossa Nova, a ser construído no Leblon, para homenagear o nome e a arte revolucionária de Newton na sua cidade, que nunca se lembrou dele para dar nome sequer a uma sala de aula. Newton é “o mais ipanemense dos artistas brasileiros”. No bairro o compositor, o menino pobre, órfão, pobre, tímido, cresceu, sonhou, amou, criou, fez boemia, fez história. E teve três apelidos: “Newton gaitinha”, “Semifusa” e “Newton maestro”. Em Ipanema, viveu a maior parte de sua vida, compôs quase toda a sua obra, exclusiva e em parceria com Tom, nasceram seus dois filhos. Somente se afastou de Ipanema, contra o seu desejo, em fins de 1959, indo para Vila Isabel, terra de Noel, onde, um ano depois, sofreu o terceiro e fatal infarto.

Newton Mendonça, sozinho e com Tom Jobim, é o compositor dos primeiros e maiores clássicos e músicas-matrizes da Bossa Nova. Deixou 35 músicas: 19 de autoria exclusiva (onze continuam inéditas), 15 com Tom (treze gravadas) e 1 com Fernando Lobo. Newton é o criador, com Tom, de clássicos como Desafinado, Samba de uma nota só, Meditação, Discussão, Caminhos cruzados, Foi a noite, Só saudade, O domingo azul do mar, entre outros, além de obras-primas exclusivas, reconhecidamente precursoras e vanguardas da estética como Você morreu pra mim, Verdadeiro amor, Seu amor, você (uma das finalistas do Festival do Rio - As mais belas canções de amor, 1960), Canção do azul, Nuvem, O mar apagou, Canção do pescador (vencedora do primeiro festival de música popular brasileira de âmbito nacional, promovido pela Record, em 1960, no Guarujá, SP) e Quero você, principal tema da trilha do filme Os desafinados, de Walter Lima Júnior. Das sete músicas de Tom Jobim com mais de dois milhões de execuções no mundo, três são resultado de uma parceria de apenas sete anos com Newton Mendonça, três são de autoria exclusiva de Tom e uma foi feita com Vinicius de Moraes.

50 anos da morte de NEWTON MENDONÇA
* Cachambi, Rio de Janeiro, RJ, 14.2.1927
† Vila Isabel, Rio de Janeiro, RJ, 22.11.1960

“O mais importante compositor da Bossa Nova” / “O mais ipanemense dos artistas brasileiros”
Marcelo Câmara
Biógrafo de Newton Mendonça

Newton Ferreira de Mendonça
†Celebração

O jornalista, escritor e consultor cultural Marcelo Câmara e a Família Mendonça convidam
para a Missa de 50 anos da morte do pianista e compositor NEWTON MENDONÇA a ser celebrada no próximo dia 22 de novembro, segunda-feira, Dia de Santa Cecília, Dia da Música, Dia do Músico,
na Igreja Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, às 17h30m, nesta Cidade do Rio de Janeiro.

Newton Mendonça e Ipanema: amor e arte de uma vida inteira.
Marcelo Câmara

Newton Mendonça chegou a Ipanema em 1940, aos treze anos, indo morar na Rua Nascimento Silva. Dois anos depois, com quinze anos, conheceu Antonio Carlos Jobim, o Tom, da mesma idade, que residia na Rua Sadock de Sá. Do encontro surgiu uma grande e fraterna amizade, uma produtiva e fértil parceria musical. Com quinze anos de idade, Tom começou a estudar música. Newton já era músico desde os oito anos, quando teve as primeiras lições de violino em São Luís, no Maranhão. Em Ipanema, Newton aprendeu a tocar gaita e iniciou os estudos de música clássica, exercitando-se no piano da irmã, Norma, esporadicamente sob orientação de professor, e, quase sempre, como autodidata. “Newton Gaitinha” foi o apelido que ganhou no Colégio Militar, onde era aluno “gratuito-órfão”, pois não se separava do instrumento. Newton levou Tom, e toda a sua turma de amigos de Ipanema, a tocar gaita. Uma “orquestra de gaitas” foi formada e se apresentava na Praça General Osório. Newton, com a ajuda dos musicais norte-americanos, atraiu Tom para a música popular. Em 1950, Newton estreava, antes de Tom, como músico profissional: pianista da Orquestra (de baile) de Waldemar, inaugurando uma carreira de dez anos como músico na noite carioca. Bares, restaurantes, boates, hotéis. Em algumas casas, revezou com Johnny Alf e com o próprio Tom. Do Posto Cinco, passa pelo Clube da Chave, a French Can Can, Tasca, Mocambo e Mandarim. Marca o Ma Griffe, no Beco das Garrafas, faz o chá do Hotel Miramar, e só se afasta do piano com a morte precoce e repentina, aos 33 anos, num dia de folga, sem trabalho, “Dia do Músico”, quando era, há quatro anos, o pianista do Le Carroussel, no Beco do Joga a Chave. Em 1952, também antes de Tom, é lançado o compositor Newton Mendonça: o samba-canção Você morreu pra mim, na gravação “moderna” de Dora Lopes. No ano seguinte, em 1953, foi gravado Incerteza, a primeira composição da dupla New-Tom, que viria a ser “a mais importante parceria da Bossa Nova”. Em Ipanema, Newton Mendonça cresceu, amou, sonhou e criou quase toda a sua obra revolucionária. Depois do primeiro apelido, “Newton Gaitinha”, recebeu mais dois: “Semifusa” e “Newton Maestro”. Em Ipanema, Newton Mendonça, sozinho e com Tom Jobim, se ergueu e se afirmou como o mais importante compositor da Bossa Nova, quem mais alto e longe foi na estruturação composicional, na sistematização melódica e harmônica da Bossa Nova, quem verdadeiramente fez vanguarda, mais ousou, mais transgrediu e promoveu mais invenção. Caminhos melódicos inusitados, ricas e surpreendentes soluções harmônicas, insinuações rítmicas inovadoras. Na Praia de Ipanema, o atlético Newton foi um dos melhores que pegavam ondas “de jacaré”, “de peito”, e era campeão de peteca, esporte e lazer predominante nas areias do Rio, na década de 1940. Newton teve quatro residências em Ipanema, sendo que o endereço “Rua Prudente de Morais, 1033”, uma quitinete em cima de uma garagem, foi o lugar de criação da maioria das 35 canções que ele compôs e deixou para a Música Brasileira: 19 de autoria exclusiva (onze inéditas), 15 com Tom Jobim (treze gravadas) e 1 com Fernando Lobo. Em Ipanema, nasceram os dois filhos de Newton e Cirene Mendonça: Renato (1956) e Fernando (1959-1999). De Ipanema, Newton Mendonça jamais se afastou. As exceções, compulsórias, por força das contingências da vida, ocorreram em dois momentos: o primeiro, em 1954, por um período inferior a um ano, quando foi morar em Copacabana; o segundo, no final de 1959, quando muda, com a família, para Vila Isabel, onde no ano seguinte, sofre o terceiro infarto. E morre. Trinta e quatro anos antes de Tom. O choro Ipanema, de Newton Mendonça, continua inédito.

Newton acompanha Célia Reis no Ma Griffe, no Beco das Garrafas, em 1956. (Acervo Célia Reis)

Com os dois filhos, Renato e Fernando, meses antes da sua morte. (Acervo Família Mendonça)


As 35 composições de Newton Mendonça
(Newton compôs 46 músicas – 11 se perderam)
1 • Adeus, Chico Viola (inédita)

2 • Ana Maria (inédita)

3 • Brigas (Podes voltar) (c/ Tom Jobim)

4 • Caminhos cruzados (c/ Tom Jobim)

5 • Canção do azul

6 • Canção do pescador – Canção vencedora da Festa da Música Popular, primeiro festival de música popular brasileira, de âmbito nacional, promovido pelo jornal Última Hora e TV Record, Guarujá, SP, 1960.

7 • Desafinado (c/ Tom Jobim) – Considerada a “Canção-Manifesto da Bossa Nova”.

8 • Discussão (c/ Tom Jobim) – Considerada por Marcelo Câmara, “a canção-matriz de grande parte da produção de Bossa Nova na década de 1960”.

9 • Ela é chave de cadeia (inédita)

10 • Foi a noite (c/ Tom Jobim) – Primeiro sucesso da dupla New-Tom.

11 • Incerteza (c/ Tom Jobim) – Primeira música gravada da dupla New-Tom.

12 • Ipanema (inédita)

13 • Luar e batucada (c/ Tom Jobim)

14 • Meditação (c/ Tom Jobim) – Newton e Tom faziam, juntos, música e letra. A única exceção é Meditação, cuja música é integralmente de Newton e a letra, integralmente de Tom (descoberta recente de Marcelo Câmara).

15 • Nega maluca (inédita)

16 • Notícia de jornal (Maria da Conceição) (inédita)

17 • Nuvem

18 • O domingo azul do mar (c/ Tom Jobim)

19 • O mar apagou

20 • O tempo não desfaz – Jurídica e oficialmente, a primeira composição exclusiva de Newton Mendonça gravada em vida do compositor, em 1960, mas, na verdade, Você morreu pra mim, uma criação exclusiva de Newton, foi gravada e lançada em 1952.

21 • Palavras (inédita)

22 • Perdido nos teus olhos (Você para mim foi sonho) (c/ Tom Jobim) – Apenas uma gravação, de Dick Farney.

23 • Quero você – Principal tema da trilha sonora de Os desafinados, filme de Walter Lima Júnior, 2007.

24 • Recordando (inédita)

25 • Samba de uma nota só (c/ Tom Jobim) – Considerada “a canção-símbolo da Bossa Nova” – a segunda música brasileira mais executada no mundo. A música e letra da primeira parte foram feitas exclusivamente por Newton em 1954. A segunda parte, composta, música e letra, pela dupla New-Tom, somente no final de 1958.

26 • Sem você (c/ Tom Jobim) (inédita)

27 • Seu amor, você – Oitava classificada e finalista do Festival do Rio - As mais belas canções de amor, 1960.

28 • Só saudade (c/ Tom Jobim)

29 • Teu castigo (c/ Tom Jobim)

30 • Tristeza (c/ Tom Jobim, somente música, letra perdida) (inédita)

31 • Vento frio (inédita)

32 • Verdadeiro amor – Na opinião de Marcelo Câmara, a mais bela canção de criação exclusiva de Newton Mendonça.

33 • Você é ou não é (inédita)

34 • Você morreu pra mim (c/ Fernando Lobo) – Primeira música gravada de Newton Mendonça. Na verdade, música e letra de Newton Mendonça.

35 • Você voltou tarde demais (inédita)

Das sete músicas de Tom Jobim com mais de dois milhões de execuções no mundo, três são resultado de uma parceria de apenas sete anos com Newton Mendonça, três são de autoria exclusiva de Tom e uma foi feita com Vinicius de Moraes.

Fontes p/ conhecer Newton Mendonça

Bibliografia: Caminhos cruzados – a vida e a música de Newton Mendonça, de Marcelo Câmara (Mauad, 2001).
Discografia: Caminhos cruzados – Cris Delanno canta Newton Mendonça (CD – Ilha Verde / Albatroz, 2002).
Princípios da Bossa (2 CDs), Universal Music, Rio de Janeiro, 2004.
Antonio Carlos Jobim - Meus primeiros passos e compassos (Caixa de CDs c/ vários intérpretes. Fonogramas originais da obra da dupla Newton Mendonça e Tom Jobim) Revivendo, Brasil.
Vinis e CDs das discografias básicas de João Gilberto e Silvinha Telles.

MOVIMENTO “PARQUE NEWTON MENDONÇA”
RECEBE APOIO DE ILUSTRES PERSONALIDADES
DA CULTURA CARIOCA E BRASILEIRA

Os músicos e compositores Sérgio Ricardo, Roberto Menescal, Tito Madi e a cantora Cris Delanno; o premiado cineasta Walter Lima Júnior, o artista plástico de fama internacional Eduardo Sued e o consagrado arquiteto Marcos Konder Neto; os jornalistas e historiadores Ruy Castro, Tárik de Souza, Ricardo Cravo Albin, Joaquim Ferreira dos Santos e Zuza Homem de Mello – estas são algumas das importantes personalidades do mundo artístico e cultural que já formalizaram seus apoios incondicionais, adesões irrestritas à proposta do jornalista e escritor Marcelo Câmara ao Governo do Estado do Rio de Janeiro, para que seja denominado PARQUE NEWTON MENDONÇA o Parque da Bossa Nova, na Zona Sul carioca. A denominação é uma homenagem à arte e à memória do pianista de vanguarda e genial compositor, falecido há cinquenta anos, primeiro e fundamental parceiro de Tom Jobim, com quem formou a mais importante parceria da Bossa Nova. Marcelo Câmara, biógrafo de Newton Mendonça, idealizou a homenagem e lidera o Movimento “Parque Newton Mendonça”.

O Parque da Bossa Nova um projeto do arquiteto Jayme Lerner, espaço cultural a ser construído no Leblon e que irá abrigar cinema, teatro, jardins, restaurante, cafés e um amplo estacionamento para veículos. A proposta da denominação PARQUE NEWTON MENDONÇA foi feita por Marcelo Câmara, em outubro de 2009, ao Governo do Estado, através da Secretária Estadual de Cultura, Adriana Rattes. “Além da justa e perfeita homenagem, Newton teve uma forte ligação com o Leblon, bairro onde amou e fez boemia. Aguardo, confiante, uma resposta da Secretária ou do Governador” – esclarece Câmara. Tom Jobim já deu nome ao aeroporto internacional do Rio (Galeão), ao entorno da Lagoa Rodrigo de Freitas, a várias instituições e espaços de cultura e arte da capital fluminense e em vários estados. Newton Mendonça, ao contrário, jamais foi lembrado para nomear um logradouro, um espaço, uma instituição, pública ou privada, sequer uma sala de aula na sua cidade natal ou em qualquer lugar do País.

O carioca Newton Mendonça (1927-1960), na opinião de Câmara, é o principal compositor da estética que abalou o país na segunda metade dos anos 1950, quem verdadeiramente ousou, transgrediu, estruturou o estilo em termos composicionais. Para o biógrafo, “Newton compôs as canções adequadas e perfeitas para o novo ritmo criado por João Gilberto, a nova maneira de tocar e cantar do músico baiano, que foi o primeiro e é o maior intérprete do gênero”. Menino pobre e órfão, morto precocemente aos 33 anos, Newton Mendonça deixou 35 músicas: 19 de autoria exclusiva (onze continuam inéditas), 15 com Tom (treze gravadas) e 1 com Fernando Lobo. Newton é o criador, com Tom, de clássicos como Desafinado, Samba de uma nota só, Meditação, Discussão, Caminhos cruzados, Foi a noite, Só saudade, Domingo azul do mar, entre outros, além de obras-primas exclusivas como Você morreu pra mim, Verdadeiro amor, Seu amor, você (uma das finalistas do Festival do Rio - As mais belas canções de amor, 1960), Canção do azul, Nuvem, O mar apagou, Canção do pescador (vencedora do primeiro festival de música popular brasileira de âmbito nacional, promovido pela Record, em 1960, no Guarujá, SP) e Quero você, principal tema da trilha do filme Os desafinados, de Walter Lima Júnior. Das sete músicas de Tom Jobim com mais de dois milhões de execuções no mundo, três são resultado de uma parceria de apenas sete anos com Newton Mendonça, três são de autoria exclusiva de Tom e uma foi feita com Vinicius de Moraes.

ADESÕES E REPERCUSSÃO

Convidado a apoiar o Movimento Parque Newton Mendonça, o jornalista Ruy Castro, após receber as informações pertinentes enviadas por Marcelo Câmara, o fez, imediata e diretamente, ao próprio Marcelo, via e-mail. Na mesma semana, a 4 de setembro último, Ruy publicou artigo na sua prestigiosa coluna na Folha de São Paulo aderindo à idéia e à proposta de Marcelo Câmara. O texto de Ruy Castro, reproduzido no blog de Luis Nassif, pode ser lido clicando-se no link:

http://www.brasilianas.org/blog/luisnassif/os-50-anos-da-morte-de-newton-mendonca

No último dia 15 de outubro, após receber a convocação e informações de Marcelo Câmara sobre as razões e objetivos da Campanha, o jornalista Nelson Motta, em sua famosa coluna, no Jornal da Globo, mesmo não se manifestando explicitamente ao Movimento PARQUE NEWTON MENDONÇA foi incisivo e claro ao afirmar que, ao contrário de Tom Jobim, Newton nunca teve a sua arte revolucionária reconhecida, a sua memória cultuada, o seu nome lembrado em qualquer homenagem. A denúncia, corajosamente dita em rede nacional de televisão, com grande repercussão, constituiu um valiosíssimo apoio indireto ao Movimento. O vídeo com a matéria de Nelson Motta pode ser acessado através do link:

http://g1.globo.com/videos/jornal-da-globo/v/newton-mendonca-foi-o-lado-b-de-tom-jobim/1357466/

A propósito da matéria de Nelson Motta, Marcelo Câmara comenta que, “pela primeira vez, a Rede Globo de Televisão, no texto e na voz de um jornalista da sua equipe, identifica, corretamente, Newton Mendonça como pianista de vanguarda e genial compositor, ousado, promotor de rupturas. Criador de canções, inventor e principal estruturador de uma estética, Newton Mendonça, apesar de escrever letras e partituras, sozinho e com Tom Jobim, jamais foi um letrista. Newton foi músico, exclusivamente músico. Violinista, gaitista, pianista, viveu absoluta e plenamente a música, mesmo tendo a fotografia, o cinema e a política como outros universos de interesse e exercício” – esclarece Marcelo Câmara.

Em mensagem dirigida às personalidades que se manifestaram publicamente apoiando a proposta da homenagem, o neto de Newton Mendonça, o jovem Victor Lopes de Mendonça, e sua mãe, Rosália Lopes de Mendonça, em nome da família do compositor, agradeceram o valioso apoio daqueles artistas, historiadores e jornalistas. O neto e a nora de Newton escreveram aos apoiadores: “A campanha, promovida e liderada por Marcelo Câmara, emociona, nos honra e enche de orgulho os familiares de Newton Mendonça, cinquenta anos após a sua morte, especialmente ao receber a sua distinta e prestigiosa adesão, quando o seu nome jamais foi gravado em qualquer logradouro, espaço ou instituição pública ou privada, apesar dos esforços anteriores do próprio Marcelo Câmara.” Victor e Rosália Mendonça destacam que, “desde 1994, ininterruptamente, o historiador e crítico Marcelo Câmara se dedica à missão de elevar e divulgar a música e a vida de Newton Mendonça, a Bossa Nova e a Música Brasileira, estando à frente de todas as iniciativas e empreendimentos artístico-culturais neste sentido”.

A família registra que, em 1996, Marcelo Câmara eternizou no bronze o nome de Newton Mendonça no local onde existia o seu apartamento na Rua Prudente de Moraes, em Ipanema, onde Newton compôs grande parte de sua obra exclusiva e em parceria com Tom Jobim. No ano seguinte, o jornalista escreveu, dirigiu e apresentou, em Ipanema, o primeiro show sobre a trajetória e a obra do compositor, com os filhos de Newton – Fernando (1959-1999) e Renato Mendonça – e Antônio Nastari. Em 2001, Marcelo Câmara escreveu o livro Caminhos cruzados – a vida e a música de Newton Mendonça (Mauad) a primeira e única biografia do artista. Idealizou e produziu, no ano seguinte, o CD Caminhos cruzados – Cris Delanno canta Newton Mendonça (Ilha Verde/Albatroz), primeiro e único registro fonográfico, com parte da obra exclusiva de Newton e raridades da parceria New-Tom. Em 2008, roteirizou, escreveu, produziu, dirigiu e apresentou, no Vinicius Bar Show, em Ipanema, o espetáculo Caminhos cruzados – a música de Newton Mendonça, primeiro e único show profissional que divulgou a vida e as músicas de Newton Mendonça, estrelado por Alan Vergueiro, sobrinho de Newton. Por fim, a família do compositor enfatiza que “Marcelo Câmara tem sido o estudioso, o guardião e arauto, quase que quixotescamente, do pequeno e fundamental patrimônio de vanguarda e beleza deixado por Newton Mendonça para a Música e a Cultura Brasileira. Sempre, sob qualquer suporte, formato ou mídia – jornal, revista, livro, rádio, TV, cinema, vídeo, Internet, palestra, conferência, debate ou workshop – quando Newton Mendonça é lembrado, defendido e dignificado, se evidencia o seu depoimento, a sua presença em primeiro plano”.

SUGESTÃO DE PAUTA PARA A MÍDIA
Mais informações, inclusive fotos, disponibilidade p/ entrevistas e apoio p/ produção de reportagens, com Marcelo Câmara:
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website: http://www.ilhaverde.net/
tel.: 21-9327-2313
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Marcelo Câmara
(Marcelo Nóbrega da Câmara Torres)
Jornalista, escritor, editor e consultor cultural.
- Consultoria em Cultura
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e-mail: ilhaverde@ilhaverde.net.
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Rio de Janeiro