Enquanto os petistas desfilam pelas avenidas de Brasília, com ares de superioridade, como se a Praça dos Tres Poderes fosse a da hapoteose, o PMDB armou um superbloco na Câmara dos Deputados, sem os adereços e as alegorias do PT.
O bloco do PMDB na Câmara, não tem nenhum petista na comissão de frente. E, pelo enredo que vai dar samba, vão desfilar as alas alegóricas do PR, PTB, PP e PSC, com 202 figurantes vestindo a fantasia de parlamentares.
O partido do vice-presidente Michel Temer ficou maior e mais forte que o bloco de Dona Dilma Vana que já ficou tiririca da vida e não demora nada vai rodar a baiana.
BELA ESTRÉIA
Como se vê, o presidente do PT, Zé Eduardo Dutra, o Zé Dudu Prático, entrou de pé esquerdo e conseguiu uma estréia retumbante como interlocutor junto à presidenta Dona Dilma e os partidos aliados na equipe de transição. Foi atropelado pela passagem do bloco do PMDB, bem no momento em que se preparava para a formação do governo e da montagem do ministério dilmático. Sua casa era de palha e desabou ao primeiro soprão do lobo que não é bobo.
Subiu nas tamancas e reagiu com dureza e espuma nos cantos da boca cheia de dentes ao assistir a passagem das alas do PMDB, PP, PTB, PR e PSC com 202 passistas cheios de graça: “Pelo que sei, o Brasil tem um regime presidencialista. Quem manda é o presidente. Neste caso, quem vai decidir será a presidente Dilma Rousseff e não blocos partidários”.
O Zé Dudu Prático estava irritado e, com cara de mau que nem um pica-pau, vituperou como quem acaba logo com a conversa: “Isso é uma coisa que ocorre lá no Congresso. O governo não vai se submeter a isso”.
Bem, o Fernandinho Beira Collor quis governar sem o Congresso e acabou atropelado por uma Fiat Elba. De qualquer maneira, na pior das hipóteses, ou na melhor das hecatombes, já começou a campanha de reeleição de Lula.
RODAPÉ - Zé Dudu Prático não vai ter vida boa com Michel Temer. Se ele pensa que vai mandar mais que o vice-presidente da República Tiririca, pode tirar o cavalinho da chuva e ir descendo a rua da Ladeira. Melhor e mais fácil será mandar na Dona Flor do que em qualquer um dos seus dois maridos dessa versão patética da história do Brasil Maravilha.