Agora que a eleição já passou, o que está virando mesmo é o cocho em que seus mais de tres porquinhos comiam. Não é nada, não é nada, hoje 29 de novembro de 2010 "está fazendo um ano e meio, amor / que o nosso lar, desmoronou"... - só para repetir a música de Ary Barros.
O que se precisa mesmo é lembrar que Cabral e Lula estavam jogando bola no Complexo do Alemão no dia 29 de maio de 2009. Há, precisamente, um ano e meio.
Naquela luminosa manhã, eles só viram os risos e escutaram os aplausos dos moradores das favelas. Fecharam os olhos e fizeram ouvidos moucos para o imponente aparato dos narcotraficantes donos daquele pedaço. Como sempre disseram que não ouviram, nem viram nada. Assim é que se justifica a demora para, até que enfim, convocar alguém com coragem e competência para enfrentar o crime organizado que usa fuzís, metralhadoras, granadas e chinelos de dedo.
Reprodução-foto: Wilton Junior/AE
No dia 29 de novembro de 2009, há exatamente um ano e meio, com complexo de craques, Lula e Cabral só tinham olhos para o futebol. Não deram a mínima bola para o governo paralelo do narcotráfico no Complexo do Alemão.
Reprodução-foto: Wilton Junior/AE
Descontraídos, como velhos conhecidos do ambiente em que se encontravam, os dois amigos fizeram a festa. Um fingiu que sabia bater pênalti, o outro fez de conta que queria defender. A poucos metros dali, a droga corria livre, leve e solta, como de hábito "há 30 anos" conforme Sérgio Cabral confessou que está careca de saber, ao falar ontem com jornalistas.