O Brasil da Silva é a sede mundial das teorias da conspiração. O que há de peculiar e diferente agora, é que a Lava Jato desmantelou até mesmo a estratégia petista dos assassinatos de reputações. O PT não tem mais como denegrir a imagem de um delator, seja ele premiado ou não. A força do medo de mofar na cadeia é mais poderosa do que a vergonha de ser execrado publicamente.
Dentro das teorias de conspiração, corriqueiras e imortais nesse Brasil da Silva, aparece agora na alça de mira, ninguém mais nem menos do que o antes poderosos e bem falante senador Delcídio Amaral, dirigente do PT Nacional e líder do governo no Senado, até que foi pego com a boca na botija.
Pelos canos americanos surge a tese agora de que a rota de fuga proposta por Delcídio a Nestor Cerveró fez tremer os alicerces da família do delator dos olhos castanhos. A família achou que ele poderia ser morto - assim por acaso, como um dia morreram Celso Daniel e Toninho do PT. Fazia sentido. É que a rota de fuga era pra lá de perigosa: atravessaria o Mato Grosso do Sul e, pelas quebradas, chegaria ao Paraguai; dali, voaria para a Espanha. O tipo de travessia ideal para queimar um arquivo.
Foi então que a lua ao luar se deu: o medo revelou o talento cinematográfico do filho de Cerveró que, como um Glauber Rocha hodierno, gravou tintim por tintim as falas republicanas do senador, líder do governo Dilma.
A família até achou que antes mesmo de chegar ao Paraguai, Cerveró bateria olho com olho num desses jagunços dos matos grossos. Antes e diante disso, Cerveró bateu com a língua nos dentes. Trocou 50 anos de cadeia pela mesada de R$ 50 mil mensais que Delcídio, seu amigo bom e batuta lhe ofereceu.
Delcídio Amaral, arquivo-morto tão vivo quanto Cerveró que sabia tanto que enrolou Lula e Dilma num piscar de olho, espera somente a proposta indecente que alguém ainda há de lhe fazer, antes que vire delator premiado.
HOJE, TEM
A verborragia de Lula já não com aquela bola toda. Tudoi que diz vira piada. É hoje apenas um repentista nordestino, sem a melodiosidade dos migrantes cantadores. Ele que veio num pau-de-arara, anda que é uma arara porque já não consegue passar no gogó os seus interlocutores. Aquele papo de Lula de que não viu nada, não sabe de nada, não fez nada, já não cola. Hoje, depois de peioxes e frutos do mar bem mais miúdos, Lula vai ter que se virar diante dos investigadores da Lava Jato.
