Por Carlos Eduardo Behrensdorf - Brasília
Jornais, revistas, televisões, internet, rádios profissionais e amadores invadem os até então tranqüilos corredores do Sanatório da Notícia com a explosão de conflitos no mundo árabe. As notícias trazem de volta uma nova saia justa do povo de Washington: como lidar com a poderosa Fraternidade Muçulmana?
Como por orientação da diretoria desta casa somos obrigados a matar a cobra e mostrar o pau, pesquisamos e fizemos um resumo do que encontramos. Segunda-feira é dia de meditação por aqui e ninguém está disposto a grandes papos.
No Egito, a Fraternidade tomou parte ativa nos protestos de rua, exigindo a renúncia de Mubarak. Antes de se mandar para Sharm El Sheik, Mubarak deixou o seguinte recado: “os Irmãos tomarão o poder". Ele só não disse se os irmãos viriam à paisana ou usariam uniformes. De um detalhe ninguém esquece: o movimento é importante em qualquer governo de transição.
Para os norte-americanos a situação é encarada da seguinte maneira: a Fraternidade Muçulmana completou 83 anos de idade e, na atualidade, integra a oposição mais potente aos aliados dos EUA em virtualmente todos os países do Oriente Médio.
Reprodução
Pentágono - Ala Oeste, 11 de setembro de 2001. Vem aí a Missa de Dez Anos - In Memorian.
Há uma pergunta em Washington que passeia pelos corredores do Pentágono: no que diz respeito a Israel a Fraternidade terá renunciado definitivamente à violência? Muitos – entre os quais o governo Obama – parecem pensar que seja um movimento com o qual o ocidente pode negociar, ainda que a Casa Branca negue qualquer contato formal com a Fraternidade Muçulmana.
Não custa nada aos norte-americanos procurarem saber um pouco da longa história dos contatos entre governos dos EUA e a Fraternidade Muçulmana. Na verdade, há mais de 60 anos eles conversam, acertando ou desacertando as pontas... (Carlos Eduardo Behrensdorf – Brasília).