O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

4 de abr. de 2011

Amanhã tudo como hoje

A “lei de Murici”
Por Carlos Eduardo Behrensdorf - Brasília

No Capítulo VII – Da Administração Pública, Seção I, Disposições Gerais, no artigo 37, inciso XII, lê-se o seguinte: ”Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo”.

E deve ter sido com base nesse dispositivo da Constituição Federal de 1988 que o Jornal de Brasília publicou, na última quarta-feira, uma tabela de vencimentos de alguns cargos nos três poderes da República, já com o reajuste de 85% concedido pelo governo aos servidores públicos, retroativo a 1º de maio, onde se lê o seguinte:

• Servidor do Senado Federal, nível médio, sem gratificação, receberá Cr$ 64.700.000,00; professor universitário, dedicação exclusiva, com doutorado, Cr$ 54.500.000,00.

• Ministros dos tribunais superiores, deputados federais e senadores ganham a partir de agora, Cr$ 253.300.000,00. O Presidente da República fica com um pouco menos, Cr$ 214.000.000,00.

Em principio, ninguém é contra o ganho, se honesto, do servidor do Senado Federal, seja qual for o nível. O que é trágico é que um Brasil dito civilizado tenha professores capacitados ganhando tão pouco. A continuar essa desproporção, vale mais a pena e dá mais tranqüilidade financeira ser ascensorista no Congresso do que PhD da Universidade de Brasília.

Capacitar-se como professor, em qualquer nível, nem pensar. Quem é que quer ficar dependendo de greve para ganhar pouco? A confusão já é geral e está em vigência uma nova lei, “Lei de Murici”, segundo a qual cada um cuida de si.

É por essas e outras que a situação política e econômica do Brasil está preocupando outros países, no caso para ser explícito, os Estados Unidos da América do Norte. De Washington veio a notícia de que a Agência Central Inteligência (CIA) prevê o seguinte: se a situação brasileira continuar evoluindo em desacertos, viveremos em seis meses uma desestabilização social.

Essa “desestabilização” seria detectada por meio de alguns sinais, tais como saques a supermercados, aumento de falências e demissões em companhias multinacionais.

Os analistas da CIA já consideram o Brasil num estágio de observação classificado como “sarly warning”, ou seja, em sinal de “advertência inicial”. Síndromes catastróficas de lado, não há como negar que o momento é, no mínimo, altamente preocupante. Somos um povo forte, com uma capacidade de resistência a maus governantes e legisladores bem acima da média mundial.

De qualquer modo é que um dia a casa cai. E todos sabem em cima de quem.
(Jornal de Brasília, 28.05.1993, quando esta voz que vos fala, Carlos Eduardo Behrensdor, era colunista do Jornal de Brasília).

RODAPÉ - Inda que mal pergunte ao paciente Behrensdorf: - Esse ascensorista não poderia ser da Universidade de Coimbra, e o PhD não seria o Dr. Honóris Card?!?

Ineficiência, incapacidade, política e bola
Por Carlos Eduardo Behrensdorf - Brasília

Para não entrar de sola no que pretende dizer, começo falando nos Correios que, durante muitos anos foi exemplo de administração e eficiência de serviço público. A qualidade chegou a tal ponto que os métodos de operação do sistema brasileiro, se não me engano na década de 80, eram exportados para mostrar como operar com eficiência.

Hoje, resultado do sucateamento, escândalos e a ocupação de cargos que deveriam ser de técnicos capacitados ocupados por políticos perdedores de eleição. Sem condição de gerir a própria agenda levaram uma empresa eficiente e respeitada para as colunas policiais.

Se os “políticos” com apoio do governo federal agarram-se a uma estrutura pública para reforçar a renda familiar na base do butim vou dizer o que pretendo deixando o lado ruim de trabalhar sem condições para os carteiros e para os contribuintes que ainda esperam uma volta aos tempos em que os Correios eram exemplo de eficácia.

Vamos para o mundo da bola, seja qual for o sentido deste mundo.

Pois bem, no fim de semana escutei o seguinte de um amigo que está muito por dentro da situação dos aeroportos brasileiros: “Há dez anos os nossos aeroportos não recebem um puto tostão. Não há planejamento nem grana . Se pretendem deixar tudo pronto para a Copa do Mundo de 2014, podem tirar o cavalinho da chuva”

Este parceiro comentou também que a Infraero foi triturada por maus administradores, indicações políticas é claro... Um deles, inclusive, teve caneta para nomear nada menos de uma centena de assessores.

Eu disse CEM ASSESSORES!

Portanto, o atual presidente da FIFA, Joseph Blatter está preocupado com razão. Ainda mais, se as obras não forem ao menos contratadas e iniciadas não haverá condições de dividir “a comissão”... Quer informações precisas? Vai ao blog do Zé Cruz, que volta e meia visita os internos deste Sanatório mais pra tangos e boleros do que pagode. (Carlos Eduardo Behrensdorf – Brasília).