UMA COISA É PALANQUE,
OUTRA É BARRA DE TRIBUNAL

Para quem duvida que Lula esteja em maus lençóis é bom saber que aquele ar de pouco caso, descolado, não cola na barra de um tribunal.

Uma coisa é passar a conversa fiada e zombeteira num palanque amestrado ou numa entrevista domesticada, outra bem diferente é prestar depoimento à polícia, a promotores e juízes que não estejam na sua democracia de gaveta. Nesta última entalada o depoente tem que assinar embaixo a digital por extenso.

Mesmo que ele contamine a audiência com seu habitual jeito relaxado de ser, as palavras que saírem de sua boca podem ser usadas contra ele na barra do tribunal. E o tribunal dessa vez não é a Corte de Lewandowski. Lula não tem direito a foro privilegiado e, em caso de dar com os burros n'água, não tem sequer direito a prisão especial.

Mesmo sabendo que Lula tem um lenço pra cada choro, essa intimação para quinta-feira é só o começo de um rosário cheio de contas e penitências a pagar e bufar. E sabe como é: ajoelhou tem que rezar.