O PODER DA CORTE
Uma coisa é ganhar do governo no Parlamento, outra é cair na barra do Supremo Tribunal do Governo Federal. O ministro Barroso negou pedido do advogado de Cunha para mudança do relator do Conselho de Étititca da Câmara. E o companheiro Fachin, lá na mesma Corte de Lewandowski, suspendeu a comissão do impeachment, pouco depois da derrota da chapa governista. Paralisou assim, o processo contra Dilma Vana. E assim a gente vai vivendo sob os poderes constituídos dessa democracia da Silva: o executivo, o legislativo, o judiciário e o agradecido.
A RESSENTIDA
Ressentida, metida, mal educada e de cara feia, Cristina Kirchner prova que já não manda mais nada: resolveu que não vai passar a faixa presidencial para Macri. Sai de cena rumo ao obscurantismo que semeou na Argentina. Melhor para todos. A festa vai ser mais bonita.
PATRIOTISMO
Tem rolado tanta grana pública para os republicanos mais espertos desse país que já não resta mais dúvida: patriotismo para os políticos que nos mandam é o dinheiro que eles põem no bolso assim que chegam ao poder.
A CARTA E O CORTE
A carta é corte. Michel Temer que já não tinha relações sociais com Dilma Vana, cortou relações institucionais, constitucionais e convencionais com a presidente da República. Mandou uma carta e não obteve resposta da destinatária. Quer dizer, não teve resposta por escrito. O vazamento disse tudo que Dilma Vana sente.
SUSPENSE PELO SUSPENSO
O senador Delcídio do Amaral, suspenso do PT por 90 humilhantes dias, agora deixa os dirigentes e a plebe ignara do partido num terrível suspense. O filme de horror já está começando a passar: Delcídio começou a negociar acordo de delação premiada. E todo mundo sabe que um delator premiado é tão sincero quanto o medo dos delatados.
PISCINA TÉRMICA
Em nome de uma vida boa, pelo menos 18 mil condenados brasileiros de todos os feitios e camadas sociais usam pulseiras eletrônicas nas canelas. Em nome da limpeza e da solidariedade social o ideal seria um bom banho de piscina com aquecimento elétrico.
IMPOSTO
Subiu novamente o imposto sobre as bebidas. Agora, a cada rodada de chope com a sua namorada, você e ela tomam metade de uma tulipa, enquanto o governo bebe uma inteirinha à custa de vocês. E você ainda acha bom, porque pode sair dali dirigindo seu carro sem medo do bafômetro.
TRADUÇÃO
A missiva de Temer irritou a tropa de choque do Palácio do Planalto. Mas a turma do deixa-disso está tentando se aproximar do vice para que ele traduza a parte da carta que ela não entendeu.
DEMOCRACIA DE GABINETE
O brado retumbante de ontem, "Vai ter impeachment" que ecoou no barraco da Câmara dos Deputados levou um cala-a-boca do Supremo. A comissão foi suspensa monocraticamente pelo ministro-companheiro Edson Fachin. É a Democracia de Gabinete, saltitando da gaveta de um só ministro, contra o placar de 272 x 199 votos no Parlamento, um dos três poderes soberanos da República Democrática do Brasil da Silva.
ABERTA A TEMPORADA DE CAÇA
A derrota de Dilma Vana, a mesma que indicou Fachin para a cadeira em que ele hoje senta na Corte de Lewandowski, mostrou que em matéria de impeachment Dilma Vana não vai levar vida boa na Câmara. Ela precisará de 171 votos para escapar da degola. Até ontem, seus arautos e porta-vozes, sua tropa de choque dentro do Congresso davam como certo que teriam bem mais do que isso. Mas, a vontade de trair foi bem maior no eleitorado. Dilma agora sabe que 171 são apenas 28 votos a mais do que ela precisa para não ter que sair pela porta dos fundos do Palácio. Sabe também que a temporada de caça está apenas começando. E, com os níveis da inflação, vai custar caro garantir que o tiro não lhe saia pela culatra. O plenário da Câmara que ontem parecia um circo, a partir de agora, começa a se parecer com uma selva cheia de feras feridas. Entrementes... O ano está terminando e Dilma Vana não governou o país um dia sequer.
BAD NEWS
A terça-feira foi cheia de más notícias para Dilma: teve carta de adeus, derrotas no Conselho de Étitica e no plenário da Câmara, a confirmação de que Delcídio do Amaral está à beira do acordo de delação premiada e, além disso, ela ficou sabendo que será notificada por um oficial de Justiça a se defender no TSE no processo que pode culminar com o cancelamento do registro de sua candidatura à reeleição. É que Ricardo Pessoa, dono da empreiteira UTC e chefe do Clube do Bilhão delatou premiadamente que pagou com dinheiro roubado da Petrobras a campanha da Dilma em 2014. A boa notícia é que seu missivista desafeto, Michel Temer, também vai dançar nessa ação de abuso de poder econômico na campanha de 2014. Nesse caso, onde Dilma vai, Temer vai atrás. E, por ironia do destino, outro desafeto de Dilma, o escamoso Eduardo Cunha é ainda o primeiro da lista para assumir a Presidência da República dos Calamares.