NEM MAIS NEM MENOS, LULA FOI
O DEDO DURO DE SEMPRE
De quando em vez as autoridades brasileiras não resistem à tentação de mostrar o quanto sua alma é gentil e varonil. É nessas horas que intimam uma figura manjada como Lula da Silva e o inscrevem nos autos de um depoimento policial obrigatório como informante.
Esse é o tamanho da alma nacional. Intimaram Lula da Silva para desempenhar o papel que ele mais gosta: o de informante. E o depoimento - que já vazou para a imprensa que o "persegue" - era sigiloso. Bem como os alcaguetes acham bom demais para o seu melhor desempenho.
E então, uma vez nas malhas da lei, nas redes dos federais da Lava Jato, Lula foi o velho Barba da hotelaria do Dops Paulista, dos bons tempos do amigo Romeu Tuma. Deu com a língua nos dentes, mas faz de conta que não.
E, uma vez mais, Lula foi o Brahma do Clube das Empreiteiras e acendeu uma vela pra cada santo; e uma vez mais no aperto do Petrolão, Lula foi o Metamorfose Ambulante de dedo duro: simplesmente disse - como faz desde os breves e velhos tempos de colégio - "não fui eu, foi o Zé Dirceu!".
E pronto, estamos combinados. Nos próximos depoimentos, Lula será tão Lula quanto o foi outro dia, quando disse que o cambalacho da medida provisória que facilitou a vida das montadoras de veículos e do seu filho, Luís Cláudio com uma propina de R$ 2,4 milhões por um projeto "chupado" da Wikipédia, não foi no seu tempo como presidente.
"Foi no governo Dilma" - disse, com precisão cirúrgica, o velho Lula, dedo duro desde que nasceu nu e analfabeto. Ainda bem que depois de grande, ele aprendeu a... andar vestido.