ÁGUA E AZEITE
Companheiros e poder: água e azeite. Aí, os companheiros usam a sigla para se misturarem. O que sobra dessa mistura, os companheiros deixam para o partido comprar partidos e consolidar a base.
O PODER
Nesse Brasil da Silva, o poder de lavagem é mais honrado que o poder de governar. Fique certo de uma coisa: quanto mais um político sobre na vida, mais degraus de hipocrisia e desumanidade ele galgará. E se degradará.
SER E PARECER
Com o voto obrigatório como logomarca da democracia tudo parece idôneo. Tudo parece estar com todos e ser de todos; tudo parece muito limpo e purificado. Para cada 300 picaretas há milhares de santos consagrados pelas siglas que unidas, jamais serão vencidas. E tudo estará bem se tudo parecer que está bem. Mas na vida, nada é o que parece
AÇÃO E RAZÃO
Joaquim Barbosa age certo ao tentar isonomia entre a elite dos mensaleiros e os malfeitores comuns nas cadeias desse país. O que age contra ele é que seu temperamento ofusca a razão. Prefiro mil vezes a honestidade de um homem rabugento que a candura hipócrita de um trampolineiro.
AQUI MORA O PERIGO
Revi, no último fim de semana, a série de Mário Puzzo, "O Poderoso Chefão" e vi o Brasil da Silva na TV. É bem como dizia Don Corleone, il capo de tutti capi: - A política e o crime são a mesma coisa... É perigoso ser honesto.
DURA VIDA DE TRABALHADOR
Os advogados de Zé Dirceu não medem esforços para conseguir uma vaga de bibliotecário para ele num escritório de advocacia, seja lá qual for ou onde quer que seja o local de trabalho oferecido a um dos maiores e mais emblemáticos trabalhadores do Brasil.
Estão agora se dirigindo à OEA - Organização dos Estados Americanos para que o organismo interfira na decisão do ministro presidente do Supremo Tribunal Federal, a mais alta corte de Justiça do País. O desemprego de Zé Dirceu virou caso de soberania nacional.
Dirceu está chorando de barriga cheia: condenado a sete anos e 11 meses por corrupção ativa no semiaberto, ele poderá progredir para o regime aberto após cumprir, com bom comportamento, um ano e quatro meses de cadeia.
Se usar o celular, receber visitas fora de hora, de dia e de lugar, se gozar de sessões de podologia, se continuar comendo o que os outros detentos não comem, se continuar malcomportado como até aqui, não vai sair da Papuda em março do ano que vem, como pretende.
Por enquanto, ele só poderá trabalhar fora durante o dia e dormir dentro da Papuda à noite, depois de cumprir 1/6 da pena que lhe foi imposta pelo STF. É dura a vida de um trabalhador brasileiro.